A serem verdadeiras as declarações atribuídas ao presidente da câmara e inseridas na notícia publicada no ‘Jornal da Bairrada’, há razão mais do que suficiente para que a população do concelho, e de uma forma especial as populações das freguesias de Bustos, Oiã, Palhaça e Troviscal, receiem pela interferência de factores externos, na tramitação do processo administrativo com vista ao pedido de licenciamento para prospecção e pesquisa de caulinos na respectiva área geográfica.
É que, a interessada na referida exploração é a empresa José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A., nem mais nem menos do que a principal accionista de uma outra empresa, a UNIPASTA - Pastas Cerâmicas S.A., empresa esta que comercializa pastas cerâmicas destinadas ao subsector cerâmico dos pavimentos e revestimentos e que conta com o grupo RECER entre os seus principais clientes.
Acumulando o presidente da câmara o exercício deste seu cargo público com o do exercício de actividades privadas remuneradas ligadas ao grupo RECER, o que se esperaria da sua parte é que declinasse toda e qualquer declaração sobre este assunto, declarando-se impedido para o efeito nos termos da lei.
Ao invés, optou por dizer que ainda não foi contactado pela empresa de Pombal (...) sublinhando que analisará o assunto dentro da sua competência!!!
Não tendo o presidente da câmara tomado a posição que se impunha, e que à face da lei lhe está imposta e é exigível, o que resta é aguardar que a defesa intransigente dos direitos das populações não saia prejudicada, estando em causa, como efectivamente estão, direitos fundamentais do ponto de vista ambiental, arquitectónico e hidrográfico, sendo mais do que justificados os receios pela saúde pública com a poluição da água, poluição sonora e destruição de solos agrícolas.
Se assim não fôr, a conclusão a tirar é que o interesse comercial acabará mesmo por se sobrepor à qualidade de vida das populações.
E pelo andar da carruagem...