Nova unidade de tratamento, a inaugurar no Verão, encarece resíduos domésticos.
A Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico de Aveiro, em Eirol, estará concluída no próximo Verão. O centro de tratamento, que irá substituir o aterro de Taboeira, vai custar 55 milhões de euros. O serviço vai ficar mais caro para os municípios e para as famílias.
As mais de 900 mil pessoas que residem nos 36 municípios do Litoral Centro deverão, a partir de 2015, pagar mais pelo tratamento de resíduos sólidos urbanos. O preço do lixo feito em casa vai subir com as duas unidades de tratamento mecânico e biológico que a ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro está a construir nas freguesias de Eirol (Aveiro) e Vil de Matos (Coimbra).
A empresa, que tem como accionistas os municípios e privados, investiu 55 milhões de euros em cada um dos centros que deverão estar concluídos em Junho, três meses após o previsto.
Actualmente, as câmaras dos distritos de Aveiro e Coimbra (e algumas de Leiria) pagam à ERSUC 22 euros/tonelada pelo tratamento de resíduos. Quando os centros de tratamento estiveram a laborar vão ter de despender cerca de 30 euros, prevê Alberto Santos, administrador da ERSUC, que ontem mostrou o centro de tratamento de Aveiro à Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro. "A repercussão do aumento nas famílias dependerá de cada município, mas isso não acontecerá antes de 2015", afirmou Santos.
De forma a amenizar o impacto do elevado investimento e das tarifas, a ministra do Ambiente assinou, ontem, o prolongamento em oito anos do prazo de concessão à ERSUC da gestão e exploração dos resíduos do Litoral Centro, passando de 25 para 33 anos.
A ministra elogiou a infra-estrutura de Aveiro (idêntica à de Coimbra), considerando estar "ao nível do melhor que se faz na Europa". O funcionamento do novo centro prevê que apenas 20 % das 180 mil toneladas de resíduos que anualmente irão ser tratados em Eirol sejam depositados em aterro, que terá uma duração mínima de 30 anos. Os restantes serão transformados em energia eléctrica, em combustíveis derivados de resíduos (usados posteriormente por cimenteiras e cerâmicas para a produção de calor) e em compostos para solos.
A entrada em funcionamento dos centros de tratamento de resíduos de Aveiro e Coimbra significa o fim dos aterros de Aveiro, Coimbra e Figueira da Foz, "que serão selados e recuperados ambientalmente", prometeu Alberto Santos.
João Paulo Costa, aqui