A Adega Luis Pato comemorou, no passado dia 22 de Novembro, 10 anos que foi inaugurada. Para assinalar a efeméride o produtor/engarrafador, Luis Pato, promoveu um almoço com a assinatura do Chefe Vítor Sobral, onde reuniu cerca de 40 pessoas.
Há a destacar a presença do ex-ministro da Agricultura, Sevinate Pinto que, na altura, inaugurou aquela infra-estrutura. Presentes estiveram ainda o presidente do IVV, Frederico Falcão, o presidente da CAP, João Machado, os presidentes de Câmara de Anadia e Oliveira do Bairro, Litério Marques e Mário João Oliveira, bem como outras personalidades ligadas ao mundo dos vinhos.
Luís Pato referiu que “a ideia de construir um novo edificio tinha como objectivos ter um local para ter vinhos em condições térmicas exemplares e, por outro lado, desenvolver a faceta do enoturismo”.
Explicou que “a adega foi pensada para o estágio dos vinhos tintos em pipas de carvalho francês. No entanto, a evolução do mercado e das modas do vinho alteraram a sua utilização. Que passou a ser muito mais utilizada para fermentação e estágio dos vinhos espumantes que substituiram em parte a produção de tinto”.
O produtor engarrafador referiu que “a vinda de chefes com diferentes escolas e culturas permitiu o desenvolvimento de novos estilos de vinhos que pudessem harmonizar com um maior número de cozinhas”.
“Nestes 10 anos criámos novos vinhos, usando novas técnicas, porque a diferenciação é a grande arma de marketing”, afirmou.
Luis Pato considerou que “estes dez anos foram, de certa forma, o corolário das vivências e das experiências que fomos tendo, não só nas viagens, onde aprendemos a respeitar as diferenças culturais, por vezes totalmente diversas das nossas e a ultrapassar a ideia de que os vinhos portugueses não se vendem porque não há restaurantes portugueses de elevada qualidade como sucede com outros países”, acrescentando ainda que “como vendemos para cerca de 25 países onde tudo ou muito é diferente do tradicional leitão da Bairrada, tivemos que desenvolver, até por uma questão de frescura mental, novos vinhos com estilos bem diferenciados, chegando a poder realizar cinco vinhso diferentes de uvas criadas no mesmo pé de videira, durante a mesma safra (Espumante Informal, Espumante Baga, AM rosado, Vinha Pan e AM tinto)”.
Uma referência dos vinhos portugueses
O presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Frederico Falcão, considerou que “Luis Pato é um dos grandes (qualidade) e bons produtores de vinho em Portugal. É uma referência importante dos vinhos portugueses no estrangeiro”.
Felicitou-o pelos 10 anos da adega, dizendo que foi “um grande investimento para melhorar a qualidade dos seus vinhos”. “Espero que continue, por muitos anos, a prestar este contributo a Portugal”, afirmou ainda.
Quanto à região da Bairrada, adiantou que “passou uma fase difícil, mas está a começar a recuperar o prestígio que já teve”, acrescentando que “é uma região importante pela sua especificidade”.
“O IVV está a trabalhar com a Comissão Vitivinícola para ajudar a região a sair desta situação, nomeadamente na promoção dos vinhos lá fora”, referiu ainda.
“É um digno representante da linha dos inconformados”
Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura que inaugurou a adega, começou por felicitar Luis Pato pela data, dizendo que “os 10 anos passaram muito depressa”. Confessou que “tem uma particular afeição pelo Luis Pato e admiração pelo trabalho que tem desenvolvido com a família no sector dos vinhos”.
“É um digno representante da linha dos inconformados. O sector precisa de gente que faça coisas novas”, referiu.
Adiantou ainda que “as vinhas são uma das jóias da coroa da agricultura portuguesa e Luis Pato tem alguma responsabilidade nisso”.
No seu entender, “a Bairrada tem vindo a recuperar porque há trabalho de muitas pessoas, onde se destaca Luis Pato que tem conseguido impor-se”.
Destacou a importância da casta Baga na diferenciação da região. “A Bairrada está a recuperar não cedendo nos valores tradicionais”, afirmou, acrescentando que “a região tem de ter influência. Gostar de ser diferente do que se produz. Há caracteríssticas que nos podem diferenciar”.
“É um dos vitivinicultores mais emblemáticos de Portugal”
O presidente da CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal, João Machado, afirmou que “Luis Pato é um inovador no sector dos vinhos e tem demonstrado que se mantém sempre actual na tendência dos vinhos”.
A Adega, na sua opinião, “trouxe mais capacidade técnica e solidez à produção de vinhos”.
Classificou Luis Pato como “um dos vitivinicultores mais emblemáticos de Portugal”.
Quanto ao sector em si, referiu que “tem sabido aproveitar as oportunidades, tem-se modernizado e aproveitado bem os fundos comunitários, bem como os novos mercados (EUA, Brasil, Angol e paises asiáticos).
Anunciou que “os vinhos, em 2011, foram o terceiro maior exportador”, sendo que, “pela primeira vez, os vinhos de mesa ultrapassaram os vinhos do Porto em quantidade e volume de dinheiro. Foram exportados 700 milhões de euros em vinho, mais de metade são de Mesa”, tendo considerado que “é o sector mais importante da agricultura. Está presente em todo o teritório e gera muita mão de obra. Tem uma incorporação nacional quase de 100 por cento”, como tal “tem de ser olhado pelo Poder Central como um sector fundamental para o país”.
Adiantou ainda que “dos três milhões de hectolitros que se produzem em Portugal, metade é consumo no país. Importa-se muito pouco vinho e exporta-se muito”.
Quanto à Bairrada salientou que “esteve adormecida, mas tem vindo a evoluir positivamente, cada vez com mais produtores e um maior volume. Tem uma casta particular, a Baga que praticamente só se produz aqui. Tem uma identidade muito própria o que torna a região particular no país”.
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