sábado, 25 de setembro de 2010

FREEPORT OFERECE VIAGEM PELO MUNDO DA BRUXARIA


A exposição ‘Bruxaria e Criaturas Fantásticas’ decorre até 19 de Dezembro e permite recuar até à Idade Média e viajar pelo misterioso mundo da magia e da bruxaria na Europa central e mediterrânica até ao final do século XIX. Para o historiador José Pedro Paiva, a exposição é "heterogénea e muito instrutiva" e permite um "olhar mais vivo de um universo repleto de simbologia". E alerta: "Isto não é um universo da fantasia."

Poderosos venenos, remédios naturais e milagrosos, poções mágicas e perigosas, criaturas extraordinárias e instrumentos de tortura são algumas das 300 peças centenárias, reunidas por um coleccionador italiano no início do século XX e expostas no Centro de Exposições Freeport (Alcochete).

A curiosidade de Alessandro, nascido em 1888 na região de Friuli, em Itália, pelo comportamento humano, dentro do mundo da bruxaria, aproximou-o de personagens e objectos ligados ao mundo da magia e da superstição. Entre os anos de 1930-40, Alessandro reuniu um conjunto de instrumentos usados por feiticeiros para concretizar os sonhos ou as carências daqueles que recorriam aos seus serviços. Ou simplesmente para impressionar. Mas também ilustram a actividade dos inquisidores, que utilizavam os instrumentos de tortura para perseguir e punir os heréticos. E assim surgiu esta colecção, que já foi visitada por mais de dois milhões de pessoas de diversos países.

A exposição está dividida em seis temas, cada um deles representados pelas várias figuras com quem Alessandro contactou. Em primeiro lugar surge o vendedor ambulante, que introduz o visitante no mundo enganoso das reliquias. Depois a Castigliana, que personifica a bruxa encantadora, que coloca ao dispôr da comunidade os seus conhecimentos. Eleonor colecciona ninfas e duendes do bosque. Já Andreu esclarece que o demónio é comum a todos os homens. Os extensos conhecimentos de Gena sobre sexo servem para ajudar o próximo como conselheira matrimonial. Por último, a freira Rosemarie que, num acto de penitência, colecciona instrumentos de tortura.

Ao longo da exposição podem ser lidos fragmentos do diário deste coleccionador, que descrevem as experiencias, curiosidades e descobertas do seu contacto com o insólito.

Ana Carvalho Vacas, aqui