A falta de substituição de médicos de família que passaram à reforma está a provocar longas listas de espera nas unidades de saúde de Oliveira do Bairro, segundo a comissão de utentes, que convocou uma reunião para sexta-feira.
Fernando Picanço, da comissão de utentes de serviços públicos de Oliveira do Bairro, disse à Lusa que "as pessoas começam a fazer filas a partir das cinco da manhã para conseguir uma consulta e quase é preciso mendigar para ser atendido por um médico".
Aquele membro da comissão de utentes dá como exemplo a unidade do Troviscal, onde apenas um médico continua a prestar serviço e anteriormente contava com três e mesmo nas situações em que foram providenciadas consultas, "aparecem médicos, mas não há qualquer relação de proximidade com os utentes".
Fernando Picanço diz ainda que as instalações são subaproveitadas, porque há pequenos tratamentos que não são feitos por falta de pessoal e também de meios, sendo os utentes encaminhados para o Hospital de Aveiro, onde permanecem horas à espera.
Outra realidade descrita pela comissão de utentes é o "convite" feito aos doentes que se deslocam às unidades de saúde para levarem, eles próprios, o material necessário aos tratamentos.
"Temos pessoas que se deslocam para fazer tratamentos e têm de comprar e levar os pensos, medicamentos e pomadas e são situações que se têm vindo a agravar", descreve Fernando Picanço.
Perante a ausência de resposta a um pedido de audiência à Administração Regional de Saúde, a Comissão de Utentes de Serviços Públicos de Oliveira do Bairro optou por convocar a população para reunir na sexta-feira, às 21:30, na Junta de Freguesia de Oiã, a fim de "analisar a grave situação dos serviços de saúde no concelho, bem como de encontrar formas de ação a serem desenvolvidas para a defesa do direito da população a serviços de saúde com qualidade".
MSO // JGJ
Lusa/Fim
Retirada daqui