A Associação Empresarial dos concelhos de Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa e Albergaria-a-Velha (SEMA) pediu hoje a revisão das tarifas da água e saneamento aplicadas pela Águas da Região de Aveiro (AdRA), e denunciou os “aumentos brutais”.
Quando os comerciantes e empresários receberam a primeira factura da AdRA, que desde Maio passou a substituir os municípios na prestação destes serviços, foram confrontados com um “brutal aumento” dos custos, contou Teixeira Valente, presidente da associação empresarial.
“O tarifário aplicado ao comércio, serviços e indústria é um exagero em relação ao que era praticado anteriormente, com aumentos nos custos fixos na ordem dos 100 por cento, no caso da água, e 300 por cento, no saneamento”, precisou.
Teixeira Valente queixa-se também de uma diferença de tratamento entre os utilizadores domésticos e os restantes consumidores. “Verificámos que houve um cuidado muito grande com o problema dos consumidores domésticos e não houve equilíbrio e bom senso na fixação dos valores para os sectores do comércio, serviços e indústria”. O responsável teme o “fecho de muitas empresas” e defende uma redução dos tarifários para “valores aceitáveis”.
A Lusa está a tentar contactar o presidente do conselho de administração da AdRA, Sérgio Hora Lopes, mas até ao momento foi impossível.
A AdRA surgiu na sequência do primeiro contrato de parceria pública, em Portugal, para a gestão integrada dos serviços de abastecimento de água para o consumo público e de saneamento de águas residuais urbanas, celebrado entre em Julho de 2009 entre o Estado português, através da Águas de Portugal, e dez municípios do distrito de Aveiro.
Em Maio, a empresa passou a assegurar o abastecimento de água aos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos. A empresa, que tem uma concessão por 50 anos tem previsto nos primeiros cinco anos investimentos de 125 milhões de euros, na expansão e remodelação de infra-estruturas na sua área de influência, dos quais 42 milhões de euros provêm de fundos comunitários.