Na semana
passada, não me preocupei tanto com a fuga dos quadros de Miró, marcada por
alguns contornos estranhos, como me preocupei com o balanço negativo dos
bancos, 2 mil milhões de euros, e admirei-me como é que o caso dos submarinos deu
em nada.
Tal como os casos da Freeport,
Portucale e Taguspark.
Eu explico-me: dos quadros só começou a falar-se, quando
já tinham saído do país, o que não deixa de ser estranho. Isso levou a que a
leiloeira suspendesse o leilão dos mesmos “em pacote”. Esta é mais uma amostra
da confusão nacional.
Como o país e os governos nem sequer sabem preservar o património que temos, talvez não seja assim tão mau. Por outro lado, o país terá de retorno alguns milhões que o Banco sacou ao Estado, isto é a nós, que tivemos de pagar a pulhice de meia dúzia. Acho que temos outros problemas mais graves a resolver, como o desemprego, a economia, o défice.
Por sua vez, os
Bancos, com os créditos mal parados e a crise de que também foram fautores,
causam sobressalto, semeiam dúvidas nas poupanças. Quanto ao processo dos
submarinos, ora aí está, encerrou sem que o Tribunal da 6ª vara Criminal de
Lisboa tenha descoberto quaisquer culpados, absolvendo os dez arguidos,
acusados de terem recebido contrapartidas pela compra dos famigerados dois
submarinos.
Mas, ao contrário de Portugal, um país sempre ao contrário, na
Alemanha foram condenados dois membros de uma empresa que confessaram ter pago
62 milhões de euros em subornos na venda de submarinos a Portugal e Grécia.
É bom, mas falta o grande motor, a construção civil. Há quem já fale de uma saída limpa, à irlandesa, prescindindo do Programa Cautelar.
Todavia, para alguns analistas, isso será medida temerária para Coelho, que pede convergência com o PS, ou Seguro que sempre torce o nariz, sabendo os rapazolas que são, senão tiverem varais.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 20 de Fevereiro de 2014