Caros Amigos e Amigas
Foi com muita satisfação e com profundo sentido de responsabilidade que
aceitei encabeçar a lista do PS para a Assembleia Municipal. Faço-o,
naturalmente, porque fui convidado e porque senti apoio para o fazer, mas
faço-o também na certeza que o PS tem vindo progressivamente a ganhar cada vez
mais a confiança dos munícipes do nosso Concelho.
E isto é muito importante! É importante para o Concelho que a política se
faça nos locais próprios que são a Câmara, e a Assembleia Municipal, e as
Assembleias de Freguesia.
Estamos todos fartos que a política se faça apenas e só na sede da
Concelhia do PSD, e todo o resto seja uma mera formalidade. E isto começa logo
pelas eleições. Há aqueles que pensam que isto já está todo decidido, que eles
escolheram o Presidente, tiraram quem quiseram, puseram quem quiseram e que as
eleições são uma mera formalidade.
E isto é algo que temos todos que
contrariar, porque a democracia não é uma mera formalidade, porque as reuniões
de Câmara, as reuniões das Assembleias não são uma mera formalidade. São o
sítio onde se discute com transparência e frontalidade as opções para o nosso
Concelho. Porque muitos se vão apercebendo disto é que hoje contamos com o
apoio de muitos que tendo votado no passado noutros partidos, vêm hoje em nós a
única alternativa. E a estes e a todos os outros, temos que mostrar que é
possível fazer melhor, que é possível fazer muito melhor.
Não reclamamos para
nós a perfeição, nem somos os donos da verdade absoluta, e é por isso que
entendemos que isto é acima de todo um trabalho de equipa. E neste último
mandato fomos três na Assembleia Municipal, eu, o Acácio e a Rosalina.
Fizemos um trabalho muito sério, reunimos com muita gente, procuramos ouvir
e no final defendemos sempre aquilo em que acreditámos. Podíamos ter feito
melhor? É sempre possível fazermos melhor, mas eu sinto um grande orgulho
naquilo que foi feito, e por isso quando fui convidado só coloquei uma condição
foi que o Acácio e a Rosalina também viessem comigo. Pois faria algum sentido
eu estar aqui a dizer-vos que fizemos um grande trabalho e agora a seguir
varrer por completo todos aqueles que comigo trabalharam? Ou pior ainda,
aceitar que fosse o partido a impor-me com quem é que eu devo trabalhar.
Meus amigos, na política como na vida não vale todo, os fins nunca podem
justificar todos os meios. Por isso é desta forma que me apresento perante
vós, orgulhoso daquilo que fizemos, e convicto que podemos fazer melhor se
tivermos mais força, mais representatividade. Porque tantas vezes tivemos
razão…
Relembro o caso da água, quantas vezes dissemos que não faria qualquer
sentido estarmos a concessionar a rede de distribuição de água, porque isso
iria aumentar de forma muito significativa a fatura da água. Hoje já quase
triplicou, com tendência para aumentar e para se avançar para a privatização,
quando de facto a água que consumíamos e que consumimos é extraída no Concelho,
e quando tínhamos uma estrutura de distribuição financeiramente equilibrada.
Tantas vezes dissemos que a única coisa que faria sentido era aderirmos a
um sistema de distribuição em alta para garantir que no futuro não viéssemos a
ter falta de água. Mas não foi essa a solução porque aquilo que se pretendeu
foi fazer dinheiro, com a concessão da rede de distribuição, para se avançar
com os 8 novos polos escolares. Num investimento global superior a 22 milhões
de euros e em que o financiamento comunitário ascendeu a pouco mais de 14
milhões de euros, por isso era necessário pagar o resto, e todos nós pagámos e
todos nós o estamos a pagar através da fatura da água.
Mas o problema é que não
temos crianças para tantos novos polos escolares, com menos 3 novos polos
escolares, tínhamos resolvido o problema com a mesma qualidade e continuávamos
com a rede de distribuição de água. Mas todo isto era tão óbvio na altura, mas
o problema é que os assuntos não são discutidos com abertura. Os assuntos são
decididos por uma pessoa e suportados por uma maioria que não se questiona,
porque quando se questiona sabe que tem a cabeça a prémio. E é este estado de
coisas que não podemos deixar perpetuar.
Também vos digo que o futuro me deixa apreensivo. Pelo estado do pais, e porque
isso se está naturalmente a fazer refletir sobre as autarquias e a nossa não é
exceção. Vivemos tempos difíceis e o futuro próximo não trará facilidades.
Tenho para mim que a receita para estes tempos difíceis passa por três
coisas. A primeira é focarmo-nos naquilo que é essencial; cortemos nas festas e
nas romarias, aliviemos o IRS e o IMI e concentremo-nos naquilo que é
essencial. A segunda passa por respeitar as pessoas; e respeitamos as pessoas
quando ouvimos as pessoas, quando trabalhamos com e para as pessoas.
Os políticos não se podem colocar no cimo dos seus pedestais a tomarem decisões
como se fossem dotados da sabedoria absoluta. Temos que saber trabalhar com as
associações, não basta apenas financiar, é necessário articular, é necessário
colocar todos a trabalhar no mesmo sentido, evitando duplicações e gerindo
recursos da melhor forma. A última regra é o bom-senso, tanto disparate teria
sido evitado se houve-se apenas bom-senso.
Por tudo isto, peço o vosso apoio, o vosso e o daqueles que vos estão
próximos, para que no próximo dia 29 de setembro possamos assistir a uma
profunda mudança na forma como é governado o nosso Concelho.
Viva o Concelho de Oliveira do Bairro,
Viva o PS.
Oliveira do Bairro, 14 julho 2013
(Armando Humberto Pinto)