Por ti Carolina, minha
filha, que estás comigo,
Para ti Carla que estás para
Além do Discernimento…
Sr. Presidente, minhas
senhoras e meus senhores.
“Por muito que tenhamos sido
educados no descrédito da política, é-se forçado a reconhecer que, quando se
começa a tomar em profundidade consciência da nossa própria existência pessoal
e das realidades que nos cercam, somos constantemente conduzidos a ela (leia-se
à politica).
Desde a educação e futuro
dos nossos filhos às nossas próprias condições de trabalho e de vida, desde a
liberdade de ideias à liberdade física, aquilo que pensamos e queremos, coloca-nos directamente ante a política: seja
em oposição frontal à seguida por determinado Governo, seja de simples
desacordo, ou de apoio franco.
Porque somos homens, seres inteligentes e livres, chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam. Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café.
Porque somos homens, seres inteligentes e livres, chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam. Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café.
A intervenção activa é a
única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias
e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual
as ideias definham e as palavras se tornam ocas.
Trata-se portanto de um
direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos, pelo qual não nos
devemos cansar de lutar e ao qual não nos podemos esquivar a corresponder.
Podemos sentir ou não
vocação para o desempenho de atitudes ou de cargos políticos, podemos aceitar
ou não as condições em que estamos, concordar ou não com a forma como a
intervenção nos é facultada, mas não temos o direito de nos demitirmos da
dimensão política, que, resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência,
é essencial à condição de homens.”
As palavras que acabei de
vos ler são um excerto daquela que foi a primeira intervenção pública da maior referência
ideológica do PPD/PSD e seu grande
líder: Francisco Sá Carneiro.
É um texto cuja actualidade
transcende o tempo. ..Será essa talvez
uma das características dos grandes textos e das grandes verdades …transcender o tempo…porque estão, sempre, para além dele.
Sr. Presidente
Minhas Senhoras e meus senhores
Neste 25 de Abril, que é o
último deste mandato e será, muito provavelmente, o último 25 de Abril antes do
deserto, do meu deserto e do deserto de muitos outros que ao meu lado caminharam
ao longo de muitos anos…
Dirijo-me hoje a Vossas
Excelências e depois de já deste púlpito, em dias como este, muito ter dito
sobre a democracia, do dever de cidadania, da responsabilidade e de
responsabilização daqueles que, como eu, ocupam lugares políticos no
municipalismo e mesmo das responsabilidades de cada um de nós enquanto cidadãos
e munícipes.
Permitam-me que hoje vos
fale de tantos rostos desconhecidos do Municipalismo.
De
muitos homens e mulheres que são a voz, o rosto e o coração do poder
autárquico.
Desses que são uma das mais
relevantes forças desta conquista de Abril que é o Municipalismo.
Daqueles que não terão
nenhuma fotografia nas paredes deste Salão Nobre, nem na sala de reuniões de
Camara.
Mas
que dão a voz aos argumentos, o rosto às convicções e o peito à luta…
Que
defendem projectos, convicções, ideias e nomes que, esses sim, têm rosto.
Saibam vossas Excelências, que
quero hoje dedicar esta minha intervenção aos meus colegas, presentes e
passados, desta Assembleia Municipal e de cada uma das Assembleias de Freguesia
do nosso Concelho.
Não só aos da Bancada que
lidero, mas a todos, os de hoje e os de ontem.
É também de cada um deles o
mérito da força desta instituição. Desta gloriosa conquista de Abril.
Desde que, há 12 anos entrei
orgulhosamente nesta Assembleia, que descobri coisa boas e coisa más, que
conheci aspectos de mim próprio e de outros que preferia não ter conhecido.
Se tive posições e acções de
que me orgulho, tive posições e acções das quais que arrependo e que, se
possível fosse voltar a traz, não as teria feito.
Na defesa convicta e
abnegada de uma ideia, de um projecto, de uma pessoa, invertemos prioridades pessoais, distorcemos o peso específico que a
política deve ter nas nossas vidas.
Assumimos, todos e da
esquerda à direita, o combate convictamente e de peito aberto, sem resignar,
sem hesitar.
Se é verdade que ganhamos
amigos e conforto. Companheiros e realização, não menos verdade será dizer que,
pelo caminho, ficou tempo a menos com a
família, ficaram também relacionamentos pessoais que se azedaram ou amores que
arrefeceram…
Tudo por um projecto, tudo um rosto, tudo por um
nome.
Quero, enquanto Líder
Orgulhoso e reconhecido que sou à Bancada do PPD/PSD nesta Assembleia, deixar uma palavras aos meus colegas de
Bancada que me escolheram, que me ajudaram a dar a voz aos argumentos, o rosto
às ideias e o peito ao combate, foi um privilégio estar ao seu lado / e
permita-me Sr. Presidente / que no nome do Dr. Gilberto e da Inês Pato aqui
deixe dois paradigmáticos exemplos da força, da coragem, do orgulho e do
respeito que tenho por esta bancada do PSD.
Uma última palavra feita
homenagem a uma mulher que já partiu, uma colega de Assembleia, à Sónia Silva, que já tomada fatalmente pela doença não deixou de dar o rosto, a voz e a
vontade a esta Assembleia até ao dia em que a morte a fez partir.
Cumpriram todos, os que aqui
estão e os que, de uma forma ou de outra, já partiram, com lealdade as funções
que lhe foram confiadas, pelo voto, pelas pessoas, por Abril…
Minhas Senhoras e Meus
Senhores
Até quando tiver de ser…
Com a certeza que não será
agora…
Muito Obrigado
Nuno Barata
(Líder da bancada do PPD-PSD na Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro)