«Quando os patinhos começaram a sair do ovo, a pata sentiu-se embevecida com a beleza da sua ninhada.
Mas essa alegria foi perturbada pelo aparecimento de um patinho diferente.
Em vez de amarelo, como os outros, era cinzento, desgrenhado, nada bonito. (...) A rejeição que sentia pelo patinho cinzento levava a pata a tentar escondê-lo, colocá-lo em lugar discreto, distanciá-lo. (…) Os outros animais adultos da capoeira, quando o avistaram, fizeram troça dele. (…) O patinho feio ficou sozinho muitas vezes, passou fome e frio. Foi afastado, escorraçado, maltratado. (...) Quando a Primavera chegou, viu aproximar-se, a certa altura, umas aves de grande formosura (que o) levaram à beira da água para que se mirasse. E descobriu, atónito, a transformação que se operara em si. A imagem reflectida mostrava-lhe um elegante cisne, duma beleza inigualável. Então, por isso, era diferente dos patinhos amarelos!’ (A aceitação das Diferenças ou a História do Patinho Feio, Revista Rua Sésamo, Guia de pais, 1995)».
Em vez de amarelo, como os outros, era cinzento, desgrenhado, nada bonito. (...) A rejeição que sentia pelo patinho cinzento levava a pata a tentar escondê-lo, colocá-lo em lugar discreto, distanciá-lo. (…) Os outros animais adultos da capoeira, quando o avistaram, fizeram troça dele. (…) O patinho feio ficou sozinho muitas vezes, passou fome e frio. Foi afastado, escorraçado, maltratado. (...) Quando a Primavera chegou, viu aproximar-se, a certa altura, umas aves de grande formosura (que o) levaram à beira da água para que se mirasse. E descobriu, atónito, a transformação que se operara em si. A imagem reflectida mostrava-lhe um elegante cisne, duma beleza inigualável. Então, por isso, era diferente dos patinhos amarelos!’ (A aceitação das Diferenças ou a História do Patinho Feio, Revista Rua Sésamo, Guia de pais, 1995)».
Durante mais de um ano, o ministro da Economia e do Emprego e a sua equipa foram o elo mais fraco e o mais dispensável deste Governo. Tudo servia para os apoucar. O que eram, essencialmente, boas ideias – como a da exportação de ‘pastéis de nata’ – foram, implacavelmente, ridicularizadas. A capacidade de pensar ‘out-of-the-box’ foi reduzida a mera excentricidade.
E, no entanto, as coisas aconteceram e o acossado Ministério revelou-se o epicentro da política reformista e transformou-se, se não num belo cisne, certamente no mais belo cisne deste Governo.
Nem tudo correu bem. Penso, sobretudo, na questão das rendas excessivas e na demora relativa às PPP.
Mas os progressos na reforma do mercado de trabalho – em particular a redução da protecção ao emprego – e a esclarecida e corajosa luta contra as portarias de extensão dos contratos de trabalho (liderada pelo secretário de Estado Pedro Martins) merecem notas elevadas. Como nota elevada merece, também, a reforma – altamente simbólica – do regime do trabalho portuário.
Num país habituado a ministros da Economia que, fundamentalmente, distribuem subsídios, não é fácil sê-lo em tempo de vacas magras. A situação tem, todavia, a vantagem de obrigar a focar no que é essencial. E o essencial (ou parte dele) é facilitar e simplificar o estabelecimento de novas empresas precisamente a bandeira da nova cruzada em favor da ‘reindustrialização’. Não é tudo. Não será muito. Mas é uma sinal de esperança.
José Ferreira Machado, aqui