quinta-feira, 10 de novembro de 2011

'REVOLUÇÕES NÃO SE ANUNCIAM NA COMUNICAÇÃO SOCIAL'

O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) manifestou-se hoje contra as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, considerando que as revoluções "não se anunciam na comunicação social" e que os militares têm o direito a manifestarem-se.

"Os militares sabem muito bem quais são as suas obrigações e deveres constitucionais e legais e depois, no limite, as revoltas e as revoluções não se anunciam propriamente na comunicação social e o senhor coronel saberá melhor do que ninguém nessa matéria", disse á agência Lusa António Lima Coelho.

O presidente da ANS reagia às declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, que, em entrevista à agência Lusa, afirmou que é contra manifestações de militares, mas defende que se forem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos a resposta pode ser um golpe militar, mais fácil do que em 1974.

"Para mim, a manifestação dos militares deve ser: ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo, num comentário à "manifestação da família militar", no sábado, em Lisboa. "Não gosto de militares fardados a manifestarem-se na rua. Os militares têm um poder e uma força e não é em manifestações coletivas que devem pedir e exigir coisas", disse. Mas diz compreender as suas razões e considera que as mesmas podem conduzir a "um novo 25 de abril". Para o presidente da Associação Nacional de Sargentos, as revoluções que mais se exigem neste momento "são acima de tudo revoluções de mentalidades" e exigir "a quem é conferido o voto de governar que cumpram as promessas feitas e os valores constitucionais e legais".

Lima Coelho adiantou que a lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República "determina claramente em que condições os militares podem e devem manifestar-se", cumprindo, assim, os seus direitos de cidadania. "Neste momento as associações socioprofissionais têm sido porta-voz e imagem da seriedade e elevação com que mesmo na discordância temos defendido as posições em que acreditamos", sustentou, acrescentando que vão continuar a "pugnar pelos valores e princípios" a que estão obrigados. "Temos uma obrigação e um compromisso jurado com o povo português de honrar a constituição e de cumprir e fazer cumprir as leis da constituição da república", disse ainda

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