domingo, 11 de setembro de 2011

QUE MAIS?

Começamos a ficar de pé atrás.

Quando o Ministro das Finanças fala ao país é só para lixar o mexilhão, a classe média e os remediados, esticar a corda. Se não é de uma maneira, é de outra, levam sempre no lombo.

Quando, na última conferência que Victor Gaspar fez para explicar as medidas de austeridade a incluir no Orçamento para 2012, esperava-se uma surpresa, o corte nas verdadeiras gorduras do Estado, mas todos ficaram desolados.

Sobretudo os funcionários públicos que continuam a pagar a crise de dois modos: com o congelamento dos salários e com a dispensa de 10 mil/ ano… Anunciam-se ainda cortes na saúde, sducação, nas prestações sociais.

As pequenas e grandes fortunas vão passando ao lado. Porém, diga-se que o governo vai mexer nos escalões mais altos do IRS. Os contribuintes com rendimentos mais elevados irão pagar uma taxa adicional de 2,5%, enquanto as empresas com lucros acima de 1,5 milhões de euros pagarão outra taxa de 3%, ou seja mais impostos. Entretanto, os que estiverem nos dois últimos escalões do IRS deixarão de ter deduções à colecta na saúde, na educação e encargos com imóveis. E lá está: no futuro, os contribuintes dos escalões intermédios irão também perder estes benefícios. Por cima, para F. Leite, as medidas tomadas são injustas e de pouca eficácia

Passos Coelho já esqueceu o que afirmou em tempos: “há limites para os sacrifícios”. Afinal, parece que não. Também por culpa de uns tantos buracos com que não contava. DE resto, acabou de dar à costa da Madeira um pesado monstro de 500 milhões que Jardim, nas suas bazófias, gastou em obras e num exército de “funcionários”. Também uma amostra do descontrole do governo de Sócrates. Mas o pior é que não foi ainda definido um rumo para o país. Voltamos à terra, ao mar, qual é o caminho? E, quando voltar Victor Gaspar, só podemos interrogar-nos: que mais nos irá acontecer?

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 8 de Setembro de 2011