A História não esqueceu Paul Lafargue por dois motivos concretos: primeiro, por ser genro do imortal Karl Marx e, em segundo, mas não menos importante, por ter escrito um curioso ensaio intitulado O direito à preguiça, breve ensaio escrito em 1883, no qual defende o direito ao ócio, em contraponto ao tão citado direito ao trabalho.
Tais ideias não tardaram a gerar controvérsia e críticas severas, a mais frequente das quais aludia, obviamente, ao carácter indolente do autor que pretenderia apenas, com a publicação do livro, fazer chegar a sua preguiça a um público mais vasto do que ele próprio. Mas, apesar das observações pouco abonatórias, o manifesto era mais do que um simples e contundente remoque à euforia capitalista, então em plena ascensão.
Acima de tudo, Lafargue procurou fundar os alicerces de uma sociedade mais justa e fraterna, capaz de tratar cada membro da sociedade como um indivíduo e não um simples autómato.
E se a realidade e os desafios actuais são bem diferentes dos verificados no derradeiro quartel do século XIX – com as necessidades da revolução industrial a exigirem esforços desumanos aos operários – há um punhado de reivindicações que continuam a fazer todo o sentido. Como a redução das horas de trabalho ou uma distribuição mais igualitária dos proventos.
(Sérgio Almeida)
O DIREITO À PREGUIÇA
Paul Lafargue
Teorema
8,00 euros
Retirada daqui