segunda-feira, 27 de junho de 2011

FILOSOFIA DE TRAZER POR CASA

Uma das grandes questões que têm atormentado o homem ao longo da história é saber se nascemos bons ou já maus como as cobras.

Se a nossa natureza é boa e a sociedade é que nos corrompe ou se nascemos inquinados, cheios de defeitos irremediáveis, e passamos a vida a tentar alcançar a decência. Ora, tal como vários filósofos e teólogos, também eu me debrucei sobre este assunto.

E ontem à tarde andei a observar os meus filhos à luz da análise da natureza humana.

E assim, olhando para as crianças, que são quem está mais perto de servir de exemplo, tendo em conta que a sociedade ainda não teve muito tempo para as corromper, não concluí nada. No entanto, inclino-me mais para a tese de que todos nascemos com defeitos e qualidades e que a sociedade melhora a nossa performance, ou piora, conforme o ambiente onde crescemos.

Ou seja, se ninguém explorar as qualidades de uma criança, elas acabam por minguar por falta de uso e os defeitos ganham terreno, tipo peste. Se, pelo contrário, as qualidades e os talentos, forem esmiuçados e bem tratados, crescem e criam uma enorme barreira electrificada contra os defeitos.

Nesta lógica de causa efeito, uma criança com a predisposição para ser desarrumada, fica especialista em gavetas desarrumadas se crescer numa casa virada do avesso. E isto aplica-se a tudo: inveja, mentira, preguiça, etc.

A dolorosa verdade é que até os nossos filhos nascem com defeitos. E a culpa não é nossa, nem deles, nem da sociedade, nem de Deus. É da natureza das coisas. A nós, pais, só nos resta disponibilizar ferramentas para eles explorarem as suas qualidades. O que não é pouco.

Inês Teotónio Pereira, aqui