As escolhas partidárias de Fernando Nobre têm sido eclécticas.
Como o i avançou em primeira mão, o ex-candidato à presidência da República aceitou ontem ser cabeça de lista pelo PSD a Lisboa e presidente da Assembleia da República (a segunda figura do Estado) caso os sociais-democratas vençam as eleições legislativas de 5 de Junho.
O presidente da AMI - Assistência Médica Internacional já foi membro da comissão política da candidatura de Mário Soares à presidência, em 2006, mandatário nacional do Bloco de Esquerda, nas eleições europeias de 2009, e membro da comissão de honra da candidatura de António Capucho, pelo PSD, à Câmara Municipal de Cascais, em 2009. Nas eleições à presidência de 23 de Janeiro conquistou cerca de meio milhão de votos como candidato independente. Agora, pela mão do PSD, tenta a segunda figura do Estado, lugar até agora ocupado pelo socialista Jaime Gama.
"É muito importante que uma voz tão respeitada como é a do dr. Fernando Nobre, no país e no espaço da cidadania, possa ser conduzida ao lugar mais prestigiado da democracia portuguesa, que é a Assembleia da República, e à presidência da Assembleia da República", referiu ontem o líder do PSD, mostrando-se "muito satisfeito" por Nobre ter aceitado o convite do partido.
Passos Coelho justifica na sua página de Facebook a escolha do presidente da AMI, argumentando que os resultados que Nobre conseguiu nas últimas eleições revelam que "existe um segmento expressivo de portugueses que acreditam na capacidade de regeneração da política".
Já aos jornalistas, Passos negou que o ex-candidato a chefe de Estado tenha feito uma campanha "contra os partidos", acrescentando que Nobre "conseguiu congregar um apoio de muitas pessoas que se têm vindo a afastar da participação política".
Também via Facebook, o candidato à presidência da Assembleia da República reagiu ao convite garantindo que "não foi simples nem óbvio" encontrar "a resposta justa e assertiva ao desejo que o dr. Pedro Passos Coelho me colocou". "Sei que poderei ser alvo de muitas incompreensões, de outras tantas críticas e até do desprezo de muitos, mas o que me determinou foi a convicção de que poderei servir o meu país e ser útil a Portugal", referiu.
Aproximação ao MEP Laurinda Alves, cabeça-de-lista às eleições europeias de 2009 pelo Movimento Esperança Portugal (MEP), também foi sondada pelo PSD para se candidatar por Lisboa e ainda está a ponderar.
Já José Pedro Aguiar-Branco, candidato contra Passos Coelho nas últimas directas do PSD, deverá ser o cabeça-de-lista pelo Porto. Marques Mendes poderá regressar ao parlamento por Aveiro; Miguel Macedo, líder parlamentar, será novamente cabeça-de-lista por Braga, o secretário-geral do partido, Miguel Relvas, é candidato por Santarém e Passos Coelho irá concorrer por Vila Real.
Filipa Martins, aqui