O pénis do Homem ficou sem espinhas graças a uma perda de sequências de ADN ao longo da sua evolução, concluiu um estudo, quarta-feira, publicado na revista Nature.
Estas alterações poderão ter favorecido a formação de casais monogâmicos e o surgimento de estruturas sociais complexas, permitindo criar os bebés humanos.
A equipa de Gill Berejano, da Universidade norte-americana de Stanford, identificou 510 sequências de ADN ausentes no Homem, mas que permanecem nos chimpanzés e noutras espécies.
Este ADN que se perdeu com a evolução "servia para controlar, fundamentalmente, genes envolvidos nos sinais hormonais e nas funções do cérebro".
Segundo os investigadores, isto levou à perda de umas pequenas espinhas de queratina no pénis, presentes noutros mamíferos.
"A morfologia simplificada do pénis" no Homem teria favorecido "estratégias de reprodução entre os primatas", revelam os cientistas na revista britânica.
Uma outra sequência de ADN que não existe no Homem situa-se próximo de um gene supressor de tumores que impedia o crescimento de neurónios numa região específica do cérebro.
A ausência desta sequência faz diminuir a actividade deste gene e levou a que o Homem tivesse um cérebro maior.
"Antes de procurar diferenças específicas entre espécies sobre genes específicos, perguntámos: existem elementos genéticos funcionais conservados nos chimpanzés que faltem completamente ao Homem?", questiona a equipa de Gill Bejerano num comunicado sobre o estudo, quarta-feira, divulgado.
Grande parte das sequências de ADN analisadas já se encontrava ausente do genoma do homem de Neandertal, o que indica que estas supressões ocorreram há mais de 500 mil anos.
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