terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O LADO BOM DE UM VELHO DITADO: SÓ NESTE PAÍS!"

No país em que se diz “só neste país”, inventou-se a Via Verde e o primeiro cartão de telemóvel pré-pago.

Fazem-se os pastéis que estão no top de sobremesas do “The Guardian” e fabrica-se a louça da mesa de Obama. Exporta-se quantidades astronómicas de vinho, cortiça e azeite e até futebolistas, aos magotes. Sorte a nossa que Lisboa não é exportável.

Um país de pastéis
Não são só as primas de França que querem ir a Belém provar os mais famosos pastéis do país. O pastel de nata que os chineses baptizaram de "dan-ta" é o bolo português mais vendido no mundo e o "The Guardian" atribuiu-lhe o 15º lugar na lista da doçaria mundial mais saborosa.

Vinho: pouca parra e muita uva
As exportações de vinho devem atingir este ano um valor recorde de 600 milhões de euros. Temos vinhos cotados com 95 pontos (em 100) em revistas da especialidade e "famosos" que se derretem por eles: Saddam encomendava Mateus Rosé e Johnny Depp foi capaz de dar 3 mil euros por uma garrafa de Porto.

Azeite: país (de) azeiteiro
Dois terços das exportações vão para o Brasil: o país não tem oliveiras. Foi um dos primeiros produtos que Portugal exportou – noutros tempos, quem colhesse uma oliveira alheia pagava 3 soldos – e é frequentemente premiado. Os médicos dizem que é a gordura mais saudável e as receitas de bacalhau a nadar em azeite agradecem.

Calçado: nos pés do mundo
Os sapatos made in Portugal andam nos pés do mundo. Portugal, onde o preço médio de venda à saída da fábrica de um par de sapatos para exportação ronda os 20 euros, é o terceiro maior exportador da Europa. O estilista Luís Onofre assinou uma linha em seu nome; a Fly London e a Pablo Fuster são marcas portuguesas.

Lisboa: no top 25
A capital portuguesa entra na lista como um produto, mas felizmente não se exporta. A "Monocle" elegeu-a a 25ª melhor cidade do mundo para viver. Razões? Baixo índice de criminalidade, boom cultural, permissão do casamento homossexual e, claro, o sol. Segundo as contas da revista, ele brilhou durante 2780 horas em 2009.

Futebolistas: matéria-prima humana
O país é especialista em exportar matéria-prima com perninhas e jeito para a bola. Ronaldo é o mais famoso dos futebolistas emigrantes – melhor do mundo em 2008 e o mais caro do futebol mundial – mas há mais 247 a jogar no estrangeiro, 50 deles no Chipre. O que é que tem o Chipre? Tem sol, pagam bem e a horas.

Cortiça: aqui não salta a rolha
São rolhas de cortiça made in Portugal que protegem o whisky de malte mais antigo do mundo ou garrafas de champanhe com 200 anos descobertas no mar. Mas a cortiça portuguesa – Portugal é o maior exportador mundial – não serve só para tapar garrafas: é usada em peças de roupa, pavimentos de azulejos ou bóias de pesca.

Moldes: moldar a imagem do país
Estão em toda a parte: no aspirador lá de casa, na tampa do telemóvel, na marmita do almoço ou nos componentes automóveis. A indústria do país é uma referência no fabrico de moldes plásticos: o International Special Tooling and Machining Association colocou Portugal em 7º lugar nas exportações mundiais.

Louças: o nacional é bom
Não foi só o cão de água que a família de Obama importou de Portugal. Na mesa de jantar da Casa Branca, há porcelana da PORCEL, uma empresa de Oliveira do Bairro. A empresa Vista Alegre – que se fundiu com a Atlantis – é a sexta maior exportadora de porcelana a nível mundial: produz cerca de 10 milhões de peças/ano.

Tecnologias: nacionais e pioneiras
O primeiro cartão de telemóvel pré-pago do mundo nasceu em Portugal; o primeiro sistema de navegação GPS com fotografias aéreas foi nosso; foi também em Portugal que nasceu o sistema que permite andar na auto-estrada e pagar portagens sem parar (a Via Verde, criada pela Brisa).

Sílvia Caneco, aqui