sexta-feira, 4 de junho de 2010

IMAGINEM…

Imaginem um país no qual:
- cada novo responsável, em lugar de liderança, afirmasse cultivar a humildade de querer aprender todos os dias nas novas funções;
- sem falsas modéstias, se definisse como alguém que tem muitíssima autoconfiança e sabe que, com muita sorte e muito trabalho, consegue sempre atingir as metas que vai traçando;
- antes de mudar o que encontra, à toa, se dispusesse a ouvir muito e a falar pouco;
- afirmasse por palavras e por acções, desde a primeira hora, que respeita a história da instituição que passa a servir, que respeita o trabalho de quem o precedeu no cargo em vez de se queixar do que recebe como herança, que respeita as figuras emblemáticas que marcaram, e ainda marcam, uma tarefa que sabe ser colectiva, que elogia a lealdade, até ao último dia, entre os membros de toda a hierarquia;
- soubesse de quanto tempo precisa para atingir o pico de desempenho de toda a equipa que dirige introduzindo as modificações bastantes para maximizá-lo;
- distinguisse entre estratégia e táctica e, para além de estabelecer metas a prazo, não se dispensasse de fixar objectivos imediatos a curto prazo tendentes a marcar o caminho e a animar todos a vencer logo o primeiro escolho que se atravessar nele;
- exercesse a sua liderança de forma calorosa, de quem sabe ser essencial fortalecer o ânimo de todos aqueles que dirige, para que também eles passem a acreditar na sua progressão e acabem por ser motivados, ao mais alto nível, a melhorar o seu desempenho individual, assegurando que todos vão, passo a passo, aproximando-se do seu potencial; e ao fazer tudo isto, para além do cálculo produtivista que está subjacente a uma liderança próxima e empática, os laços de amizade genuína que ela cultiva acabam naturalmente por perdurar muito para lá de a relação laboral ter terminado;
- reconhecesse a importância de dar, ele próprio, o exemplo de saber exprimir-se correctamente e com a maior clareza sobre tudo aquilo que é essencial à tarefa que se propôs empreender.
Imaginem um país chamado Mourinhal que se batesse, em cada dia, por ser o melhor do mundo para se viver...

António Perez Metelo http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1585136&seccao=Ant%F3nio Perez Metelo