A crise aguça o engenho e um empresário espanhol encontrou na
prostituição uma oportunidade de negócio.
Brandon Morales criou um curso profissional de prostituição em Valência, Espanha, com garantia de emprego. Já tem 95 inscritos.
A última proposta de formação, nascida no seio da crise em Valência, está
envolta em polémica. "Trabalha já. Curso de profissional de prostituição", dizem
as centenas de panfletos distribuídos nos últimos dias por toda a cidade
espanhola.
O programa reúne disciplinas teóricas e práticas e tem uma duração de oito
dias consecutivos. Nele, aborda-se a história da prostituição (considerada a
mais antiga profissão do mundo), a legislação atual e uma breve análise
económica dessa indústria em Espanha.
Quanto a competências, os candidatos poderão estudar as posições sexuais
básicas e noções do Kamasutra, bem como dicas sobre o prazer sexual dos
espanhóis. A formação inclui também a utilização de vibradores e outros
brinquedos sexuais. O custo das aulas, destinadas aos futuros profissionais do
sexo, é de 100 euros.
O organizador do curso é Brandon Morales, que diz exercer esta profissão há
oito anos e que tem dois bordéis na cidade.
Para Brandom, as aulas não só são valiosas para aperfeiçoar a prática sexual.
"Os alunos vão acabar por aprender a valorizar-se mais, porque às vezes acabam
por ter relações sexuais com alguém com quem nunca se imaginariam", disse o
prostituto ao programa informativo espanhol "LaSexta".
Até agora, assegura que já recebeu 95 inscrições, a maioria homens, e insiste
que todos os inscritos são maiores de idade, entre 19 e 45 anos.
Morales promete emprego a quem se formar, ou como professor nos seus cursos
ou a trabalhar no seu negócio. Uma oferta polémica que pode entrar em conflito
com a legislação espanhola. Apesar de em Espanha a prostituição não ser um
crime, é crime encorajá-la.
Este é precisamente um dos argumentos utilizados pelo Governo da região para
tentar impedir que o curso se realize. Em primeiro lugar, a Direção Geral da
Mulher pretende que se retire imediatamente a distribuição dos panfletos. Para
isso, recorreram ao gabinete jurídico do Governo, que já iniciou o processo
administrativo necessário.
Da mesma forma, de acordo com relatórios do Departamento de Bem-Estar Social,
os cursos vão ser analisados pelo Ministério Público, a fim de determinar se são
ou não um crime. Para o Governo Regional, não há dúvidas: o Código Penal
"reconhece a incitação à prostituição" como um crime.
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