terça-feira, 10 de abril de 2012

NÃO HÁ PACIÊNCIA PARA FANATISMOS BACOCOS...

Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema.


É extremamente frequente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio.


Em psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos especialmente dotados de agressividade, preconceitos vários, estreiteza mental, extrema credulidade quanto ao próprio sistema, com incredulidade total quanto a sistemas contrários, ódio, subjetividade de valores, intenso individualismo e demora excessivamente prolongada em determinada situação ou circunstância, marcada pelo radicalismo e por absoluta intolerância para com todos os que não compartilhem as suas predilecções.


De um modo geral, o fanático tem uma visão-de-mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia bem/mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adoptar condutas irracionais e agressivas que podem, inclusive, chegar a extremos perigosos, como o recurso à violência para impor seu ponto de vista.


Tradicionalmente, o fanatismo aparece associado a temas de natureza religiosa ou política, porém, mais recentemente, ele se tem mostrado também no cenário desportivo.


Vem isto a propósito dos comentários finais ao resultado do jogo de futebol ontem realizado entre o Sporting e o Benfica.


Depois de se terem livrado de duas cabazadas seguidas, (ontem com os vizinhos da segunda circular e na quarta-feira passada com a equipa preferida do respectivo míster), seis milhões (pelo menos!) de papoilas saltitantes lideradas por esse expoente máximo do fanatismo entronizado como paineleiro do programa 'O Dia Seguinte', deram ontem continuação à procissão  de enterro entoando uma já gasta ladaínha: "fomos prejudicados", "este jogo fica marcado por decisões que lesaram o maior clube do mundo” (e arredores), "este campeonato fica manchado por erros da arbitragens contra o SLB".


A tudo isto se soma a resposta que não foi dada à pergunta, pertinente, colocada por um jornalista estrangeiro sobre o deve / haver dos erros das arbitragens no final de cada campeonato.


Trata-se, no entanto, de um registo de mal-agradecidos que, como é timbre funciona de um modo peculiar e que nem carece de grande esforço para evidenciar, bastando referir mei dúzia de situações:

1)       lembram vezes sem conta o 3º golo do FCPorto na Luz, mas esquecem, entre outras coisas, a inexistente falta marcada ao Djalma de que resultou o seu 2º golo nesse jogo, e principalmente a expulsão do Maxi Pereira que ficou por fazer mesmo no final do encontro;

2)       recordam o penalty que Soares Dias não marcou no 1º minuto de jogo de ontem mas varreu-se-lhes das cabeças  o 2º penalty que o Garay cometeu na mesma partida;

3)       evocam um penalty a seu favor no jogo contra a Académica de Coimbra, mas esquecem o descarado voo para a piscina do Nolito no Estádio dos Barreiros;

4)       alegam dualidade de critérios em Guimarães, mas não falam do golo do empate que marcaram em flagrante fora-de-jogo em Barcelos;

E já nem vale a pena falar na vitória que obtiveram perante o Paços de Ferreira (que acabou com 9) num jogo em que Maxi Pereira e Bruno César ficaram inexplicavelmente em campo depois de terem feito mais do que o suficiente para tomar banho mais cedo, especialmente o lateral direito que nem sequer deveria ter entrado em campo se tivesse sito expulso no final do jogo anterior, com o FCPorto na Luz, por agressão a James Rodriguez.

Voltando ao jogo de ontem, só o desespero e a total perda da noção do ridículo, o sacudir a água do capote, pode levar alguém a dizer que um possível penalty, no 1º minuto (!), pode ser decisivo. E nos outros 89, não houve jogo? Houve! Jogaram alguma coisa? Não!

Haja decoro!

Já não há paciência para fanatismos bacocos...