quinta-feira, 12 de abril de 2012

BIÓLOGA DE AVEIRO DESCOBRIU NAS GRUTAS DO ALGARVE O MAIOR INSECTO TERRESTRE DA EUROPA

A investigadora Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro, descobriu o maior insecto subterrâneo terrestre da Europa. Tem o nome científico de Squamatinia algharbica e foi descoberto nas grutas do Algarve.

 

O novo insecto dado a conhecer à ciência, «tem adaptações à vida subterrânea, não tem olhos, é despigmentado e possui uns apêndices (antenas e cercos) extraordinariamente desenvolvidos», desvenda a investigadora. Com três centímetros de comprimento o que faz dele, para além do maior insecto subterrâneo terrestre da Europa, o segundo maior tisanuro (peixinho de prata) do mundo.


O Squamatinia algharbica, recentemente descrito na revista cientifica da especialidade “Zootaxa”, é um novo género e uma nova espécie que vive apenas em grutas do Algarve e que, segundo a bióloga, «desenvolve todo o seu ciclo de vida no meio subterrâneo não sobrevivendo no exterior».

Aparentado com espécies centro-americanas, «este animal é uma relíquia biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações climáticas refugiado no meio subterrâneo» que habita, ou seja, nas mesmas cavidades de grutas do maciço algarvio onde a bióloga descobriu igualmente um pseudoescorpião gigante, descrito em 2010.

Esta descoberta ocorreu no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e Pedro Oromí, da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, Espanha e com o suporte financeiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A bióloga e espeleóloga, Sofia Reboleira já tinha no currículo a descoberta de novas espécies em grutas portuguesas (quatro escaravelhos, três do género Trechus e um Domene; um Dipluro Litocampa mendesi e um pseudoescorpião cavernícola gigante Titanobochica magna) e de quatro novas espécies de insetos (Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus ortobalaganensis) que encontrou recentemente na gruta Krubera-Vorónia, localizada na região da Abkhazia, perto do Mar Negro.

Retirada daqui