A
investigadora Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro, descobriu o
maior insecto subterrâneo terrestre da Europa. Tem o nome científico de
Squamatinia algharbica e foi descoberto nas grutas do Algarve.
O
novo insecto dado a conhecer à ciência, «tem adaptações à vida
subterrânea, não tem olhos, é despigmentado e possui uns apêndices
(antenas e cercos) extraordinariamente desenvolvidos», desvenda a
investigadora. Com três centímetros de comprimento o que faz dele, para
além do maior insecto subterrâneo terrestre da Europa, o segundo maior
tisanuro (peixinho de prata) do mundo.
O Squamatinia algharbica,
recentemente descrito na revista cientifica da especialidade “Zootaxa”, é
um novo género e uma nova espécie que vive apenas em grutas do Algarve e
que, segundo a bióloga, «desenvolve todo o seu ciclo de vida no meio
subterrâneo não sobrevivendo no exterior».
Aparentado
com espécies centro-americanas, «este animal é uma relíquia
biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações
climáticas refugiado no meio subterrâneo» que habita, ou seja, nas
mesmas cavidades de grutas do maciço algarvio onde a bióloga descobriu
igualmente um pseudoescorpião gigante, descrito em 2010.
Esta
descoberta ocorreu no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por
Fernando Gonçalves, do Departamento de Biologia da Universidade de
Aveiro, e Pedro Oromí, da Faculdade de Biologia da Universidade de La
Laguna, Espanha e com o suporte financeiro da Fundação para a Ciência e
Tecnologia.
A
bióloga e espeleóloga, Sofia Reboleira já tinha no currículo a
descoberta de novas espécies em grutas portuguesas (quatro
escaravelhos, três do género Trechus e um Domene; um Dipluro Litocampa mendesi e um pseudoescorpião cavernícola gigante Titanobochica magna)
e de quatro novas espécies de insetos (Anurida stereoodorata,
Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus
ortobalaganensis) que encontrou recentemente na gruta Krubera-Vorónia,
localizada na região da Abkhazia, perto do Mar Negro.
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