sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A POLÍTICA É MUITO FÁCIL DE ENTENDER; MAS SÓ QUEM QUER ENTENDÊ-LA É QUE A ENTENDE

Na última sessão da assembleia municipal houve quem tivesse posto em causa o valor do prejuízo superior a 184.000,00 € da FIACOBA / FEIRA DO CAVALO 2010 a que aqui fiz referência, e que consta de um relatório cuja disponibilização a quem me cedeu a documentação necesssária à sua elaboração me reservo de fazer, nos exactos termos que me foram impostos ou seja, se e quando me fôr requerida por escrito sujeito a resposta no prazo de 10 dias.

Com umas graçolas de oportunidade, o locutor de serviço que ninguém pode levar a sério por ser um assalariado do poder, culminou a sua brilhante intervenção, exprimindo que se for retirado o valor do IVA, se obterá “um valor muito próximo daquele que o executivo avançou”.

Porque não sou contabilista nem técnico oficial de contas, o que sei sobre dedução de IVA é que há dois anos atrás foi presente à assembleia municipal um parecer da câmara dos técnicos oficiais de contas, que preconiza que o IVA pago pelas autrquias neste tipo de eventos, não deve ser dedutível.

E pese embora tratar-se de uma questão técnica de múltipla interpretação, o que é certo é que não me recordo de nenhuma voz do dono se ter feito ouvir a rebater o dito parecer técnico...

E porque também não sou matemático nem especialista em números, e muito menos em números de circo, ao elaborar o relatório que subscrevi limitei-me a seguir o método do ex-primeiro ministro Engº António Guterres, tendo feito apenas três contas, cujo coeficiente de dificuldade é acessível a qualquer aluno do ensino básico.

Numa, fiz a soma das despesas (272.443,30 €);

Noutra, fiz a soma das receitas (88,037,42 €).

E na última, apurei a diferença, e obtive um resultado negativo (184.405,88 €).

Se a este valor se fôr abatido uma percentagem de 21% correspondente ao IVA, chega-se a um valor que ronda 152.400,00 € ou seja, muito superior àquele (140.000,00 €) a que chegam os contablistas e os matemáticos pagos pelo orçamento municipal.

O que permite concluir que a 'bota não bate com a perdigota', ou seja, 140.000,00 € não são 152.400,00 €, e esta diferença de quase 12.500,00 € bem poderiam engrossar as verbas municipais a gastar com despesas sociais, para atenuar os efeitos de uma crise que não só afecta os agregados familiares do concelho, como é transversal a todo o país.

Parece pois, claro, quem é que, afinal, ao dizer o que disse e na qualidade em que o fez, se comporta como um qualquer agitadorzeco bafiento, tão capaz de evidenciar “uma clara apetência para a criatividade interpretativa” e para “deturpar e confundir realidades e até verdades”.

E quando assim é, o que há a concluir é que a política é muito fácil de entender, mas só quem quer entendê-la é que a entende...