domingo, 26 de setembro de 2010

ANÁLISE POLÍTICA À CARLOS GARDEL

Num mundo que muda tão depressa (vão ver que o presidente do Real Madrid ainda vem a Lisboa contratar Carlos Queiroz para os dois próximos jogos), a última novidade é o tango de um parceiro só.  O par José Sócrates e Passos Coelho já era. Dizia- -se que eram tão parecidos, a imagem um do outro - se um era o tango, outro era o seu Gotan Project - e, afinal, não deu. O que é natural, pois o tango nasceu à volta do rio de la Plata e o que mais nos falta é isso, 'plata'. Nada como a falta de dinheiro para desfazer pares de tango e de PECs. Agora, como em todos os divórcios, chovem as acusações. Dançar com ele outra vez? "Só com testemunhas", diz Passos Coelho. Quer dizer, talvez voltemos a ver Sócrates e Passos bailando, mas só com Cavaco no bandoneón. Os 'pasos' serão os clássicos do tango, 'caminata sincopada', 'cambios de dirección', 'giro de izquierda y derecha', mas as músicas serão inevitavelmente Adiós Muchachos ou, mais sugestivamente, Caminito, porque não é para durar muito. Entretanto, a pontuação, como nos festivais da canção, será de estrangeiros.

Cá dentro, e tirando os salões, será uma tanguédia, misto de tango e de tragédia.

Ferreira Fernandes, aqui