domingo, 26 de setembro de 2010

12 ADOLESCENTES POR DIA SÃO MÃES

Gravidez na adolescência é vista por muitas raparigas como um projecto de vida, na falta de objectivos profissionais.

Todos os dias, 12 adolescentes dão à luz em Portugal. Idealizado como um projecto de vida, a maternidade transforma-se muitas vezes num "trampolim para a pobreza", alertam os especialistas. Os estudos sobre a caracterização das mães adolescentes portuguesas indicam que a grande maioria são raparigas oriundas de famílias carenciadas, que abandonaram a escola antes do tempo.

Em Portugal, a maternidade na adolescência é vista por especialistas como um "fenómeno cultural" relacionado com a falta de objectivos. "A maior parte tem informação sobre contraceptivos e a gravidez na adolescência é um fenómeno cultural: há uma falta de objectivos profissionais e individuais e a gravidez vai surgir como um projecto de vida na ausência de outros. É isso que sucede em Portugal e que nos torna diferentes", diz Teresa Bombas, da Sociedade Portuguesa da Contracepção, a propósito do Dia Mundial da Contracepção, hoje assinalado.

Não se sabe ao certo quantas adolescentes ficam grávidas. Os números oficiais revelam apenas quantas jovens decidem interromper a gravidez recorrendo aos serviços de saúde e quantas decidem ser mães. "Mais de 10% das interrupções voluntárias de gravidez ocorrem em adolescentes até aos 19 anos e quase 5% dos nascimentos são de jovens mães", lembrou Duarte Vilar, director executivo da Associação para o Planeamento Familiar (APF).

No ano passado, 4347 raparigas entre os 12 e os 19 anos decidiram levar a gravidez até ao final. Em 2008, o número de novas mães adolescentes foi mais alto (4844) e, em 2006, passou as 5500, segundo dados do INE. Os números mostram que esta é uma realidade que tem vindo a diminuir, apesar de ser um processo "muito lento". "Na década de 80, 14 a 15 mil adolescentes eram mães todos os anos", sublinhou Duarte Vilar.

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