Nem os palestinianos nem os israelitas são sempre as vítimas.
A União
Europeia e, dentro dela, a Alemanha intrometem-se muito mais do que
deveriam.
Tenho-me divertido, de olhos esbugalhados, a ler Catch the Jew!
de Tuvia Tenenbom. Tenenbom fugiu da ultra-ortodoxia judaica (e da
religião) para Nova Iorque, onde se tornou num dramaturgo e encenador
americano.
Não conseguiu
entrar nem no Hamas nem no Hezbollah mas foi muito bem recebido por
outros dirigentes palestinianos que elogia e defende, apesar de
confirmar o que já se sabia: que não são anti-semitas nem anti-judeus
mas, por não aceitarem o estado de Israel, acabam por ser.
Catch the Jew
é um livro surpreendente e luminoso. O bom coração e a boa educação de
Tenenbom ajudam-nos a aproximarmo-nos das complicadíssimas complexidades
(muitas delas ridículas) dos dois pequeníssimos países que são Israel e
o estado nascente da Palestina.
Nem os palestinianos nem os
israelitas são sempre as vítimas. A União Europeia e, dentro dela, a
Alemanha intrometem-se muito mais do que deveriam.
Os
palestinianos, a bem ver, incluem os israelitas (e vice-versa). Nunca li
uma celebração mais alegre (e judia) da alma, simpatia e
hospitabilidade palestiniana.
Miguel Esteves Cardoso, aqui