O artista Anish Kapoor instalou seis esculturas enormes nos jardins do Palácio de Versalhes. E uma delas já está a causar polémica.
A exposição pode ser visitada até 1 de novembro.
A exposição de Anish Kapoor só abre oficialmente ao público na próxima terça-feira mas as peças que já estão nos jardins do Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, têm chamado a atenção dos visitantes. Sobretudo uma das esculturas, de metal em forma tubular, instalada em pleno jardim, em frente do palácio, que se intitulada Dirty Corner e que o artista descreveu como "a vagina da rainha" que toma o poder. Estar-se-ia ele a referir a Maria Antonieta?
O presidente da câmara de Versalhes, François Mazières, conservador, já manifestou a sua opinião sobre esta peça: "Anish Kapoor derrapou no relvado", escreveu no Twitter (tapis vert, ou tapete verde, é como se chama àquela zona dos jardins de Versalhes). Nos jornais franceses também tem havido comentários sobre o artista, considerado "um provocador".
"O meu trabalho não tem qualquer vocação decorativa", explicou à imprensa o artista de 61 anos, nascido na Índia e a morar em Londres, que é um dos mais bem cotados artistas contemporâneos. Por isso, pensou nestas peças em diálogo com o espaço onde são apresentadas, os jardins desenhados por André Le Nôtre e o court de ténis real, de modo a "perturbar o equilíbrio e convidar o caos" para Versalhes, ao mesmo tempo que queria preservar a sua integridade histórica. Sobre Dirty Corner, a peça mais polémica, comentou: "Deve parecer real. Como se sempre tivesse estado aqui. Claro que algumas pessoas vão achá-la ofensiva, mas não quero saber!"
Kapoor foi premiado na Bienal de Veneza em 1990, ganhou o prémio Turner em 1991 e em 2011 já tinha criado um burburinho em Paris quando ocupou toda a nave do Grand Palais com a monumental escultura Leviathan.
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