quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ADOPÇÕES E TORSÕES


O governo, ou o melhor, o PSD, como se nada mais houvesse de importante e urgente a tratar para autenticar e criar solidez aos bons sinais do início do ano, relativamente à economia (menos 20% de falências e maior aumento de criação de novas empresas, diminuição do desemprego pelo nono mês consecutivo, aumento das exportações, o cumprimento do défice, a ida aos mercados com êxito e a juros mais baixos, embora longe ainda da Irlanda e da Espanha, cujo governo teve a moral e a honradez de não atacar as pensões dos idosos para atingir o défice imposto, o PSD meteu-se em aventuras

Conseguiu aprovar um referendo para aprovação ou não da adopção ou co-adopção de crianças por parte dos casais gay. Tudo o que sejam medidas que concorram para a destruturação da família normal (aborto, uniões de facto, “casamento” de homossexuais e lésbicas) tem tido o apadrinhamento do PSD, não se diferenciando do PS, PC e BES, para, de forma irresponsável, dar uma de modernidade…

Perante tantos problemas a resolver para colocar o país nos carris seguros, como fazer cortes em grupos de interesses (é o cortas) e nas rendas das empresas público-privadas, o governo, que não cria medidas a favor da família tradicional nem aumento da natalidade, antes foram suprimidos os abonos  e aumentados os cortes e o desemprego, criou com esta brincadeira uma manobra de diversão, mesmo sabendo que o CDS não ia votar a proposta, extemporânea, que partiu da JSD que, vê-se, não tem mais que fazer. Não fora a imposta disciplina do voto, uma espécie de sequestro de consciências, e tinha sido um fracasso.

Além disso, algumas feridas deixou na coligação. Ao grande número de declarações de voto de deputados do PSD, há uma baixa que deve fazer pensar, a demissão da vice-presidente da bancada laranja. 

Teresa Leal Coelho qualificou a iniciativa de “lamentável”. 

Para quê tudo isto, se a lei que visa a co-adopção gay, já tinha sido aprovada na generalidade no mês de Maio, estando para a breve a provação final? 

Se o povo português não foi consultado para a adesão europeia ou para ser um protectorado da Europa (ou da Troika), que raio deu a esta gente para querer esbanjar dinheiro (9 milhões de euros) desta insensata maneira, como se já não bastassem as próximas eleições para a  UE? 

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 23 de Janeiro de 2014