A
Banda Marcial de Fermentelos esteve em Campo Maior, onde realizou um concerto
de apresentação de seu mais recente registo discográfico, intitulado ‘Flores de
Papel’.
Perante
uma sala muito bem composta e dirigida pelo maestro Hugo Oliveira, a Marcial
executou as obras El Torico de la Cuerda, do compositor Luís Serrano Alarcón, que contou com a participação do solista de trompete Tiago Santos, Rapsódia Húngara nº 2, de Franz Liszt com arranjo de Hugo Oliveira, Fantasia para Saxofone Alto, de Claude Thomas Smith, com o solo de Ricardo Pires,
Cantares Portugueses, de David de Souza com
arranjo de Hugo Oliveira, e Roque em Português e Marcha
Manuel Rui Azinhais Nabeiro, um arranjo e um original de Luís Cardoso. De realçar o facto de
esta última obra ter sido dirigida pelo maestro Fernando Matias, da
Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro, a quem o maestro da Banda Marcial
formulou o convite para participar neste concerto.
No final um momento protocolar, tendo a Banda
Marcial de Fermentelos, representada pelo presidente da assembleia geral
(Celestino Almeida), pelo presidente, vice-presidente da direcção (Jorge
Mendonça e Rui Rainho) e pela directora Rosa Abrantes trocado lembranças com o Comendador
Rui Nabeiro, Câmara Municipal de Campo Maior, Associação de Festas do Povo de
Campo Maior e Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro; também a Câmara
Municipal de Águeda, representada pelo vice-presidente Jorge Almeida e pelo
vereador João Clemente, trocou lembranças com o homenageado e com a sua
congénere de Campo Maior, tendo a Junta de Freguesia de Fermentelos, na pessoa
do presidente Carlos Nolasco e da secretária Rosa Moreto, trocado lembranças com
o homenageado, com a autarquia campomaiorense e com as suas congéneres de São
João Batista e Nossa Senhora da Expectação.
Nas
breves alocuções de circunstância e agradecimento, o Comendador Rui Nabeiro lembrou
o pensamento de Nelson Mandela, tendo Celestino Almeida evocado José Régio e
Jorge Almeida referido Manuel Alegre, todos aludindo à união entre os povos e
as gentes de cada terra, comungando todos do sentido ‘obrigado’ expresso por
Carlos Nolasco.
Jorge
Mendonça recordou que se é verdade que são mais de 300 os Kms que separam
Fermentelos de Campo Maior, também é verdade que são cada vez mais fortes e
coesas as relações e os mecanismos protocolares que unem estas duas vilas,
sendo esta a terceira presença da Marcial em terras campomaiorenses, em três
anos consecutivos, um traço de união que tem um substracto que vai já muito
para além da ligação afectiva que existe entre o Comendador Rui Nabeiro e a
Banda Marcial de Fermentelos.
‘Quem sabe se esta ligação afectiva não será
já o início de uma bela história de experiências recíprocas, que pode e deve
abranger várias áreas de actividade das respectivas realidades sociais, seja ao
nível autárquico, seja ao nível associativo, com intercâmbio cultural, partilha
de conhecimento, destino de férias, entre outros’, referiu o presidente da
Marcial, dando como exemplo o facto de a Universidade de Évora ter criado, em 2009, a Cátedra Rui
Nabeiro, destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação
científica na área da biodiversidade, e bem assim o facto de no
passado mês de Fevereiro a Pateira de Fermentelos ter sido reconhecida como
Sítio Ramsar, pela sua relevância internacional para a conservação da Natureza,
passando a estar incluída na lista das zonas húmidas mais importantes do
planeta.
‘Pode ser uma coincidência’, referiu
Jorge Mendonça, ‘mas se parece lógica a
associação de ideias entre ‘Festas do Povo’ e ‘Rio Povo’ ou ‘Agit´Águeda’, ou
entre o café e o lazer nas margens do rio Águeda ou da Pateira, e entre as ruas
cobertas com guarda-chuvas e com flores de papel, é porque talvez haja nestas e
noutras áreas, interesse em juntar e desenvolver os conhecimentos mútuos de
cada vila e de cada município’.
O
presidente da Banda Velha continuou a sua intervenção referindo que as
geminações representam o quadro de uma verdadeira política europeia das
colectividades locais, e assentam no reforço dos laços no desenvolvimento
e diálogo inter-cultural bem como as colaborações da mais variada índole,
lembrando que Fermentelos é uma freguesia com 16 associações, desportivas,
recreativa, de assistência social e culturais, entre as quais 2 filarmónicas, e
Águeda um município com 130 dessas colectividades, entre as quais cinco bandas
de música, que têm todo o gosto em mostrar a Campo Maior e aos campomaiorenses
o que de bom sabem fazer em prol da comunidade.
‘Quem sabe se em pouco tempo a Marcial não
voltará a Campo Maior para participar na celebração de algum protocolo de
geminação entre as Vilas de Fermentelos e Campo Maior ou até mesmo entre este e
o município de Águeda. Quem sabe…’, concluiu Jorge Mendonça, que deixou
assim lançada a ideia de geminação entre Fermentelos e Águeda com Campo Maior.