sábado, 14 de dezembro de 2013

MARCIAL LANÇA IDEIA DE GEMINAÇÃO ENTRE FERMENTELOS E ÁGUEDA COM CAMPO MAIOR

A Banda Marcial de Fermentelos esteve em Campo Maior, onde realizou um concerto de apresentação de seu mais recente registo discográfico, intitulado ‘Flores de Papel’.

Perante uma sala muito bem composta e dirigida pelo maestro Hugo Oliveira, a Marcial executou as obras El Torico de la Cuerda, do compositor Luís Serrano Alarcón, que contou com a participação do solista de trompete Tiago Santos, Rapsódia Húngara  2, de Franz Liszt com arranjo de Hugo Oliveira, Fantasia para Saxofone Alto, de Claude Thomas Smith, com o solo de Ricardo Pires, Cantares Portugueses, de David de Souza com arranjo de Hugo Oliveira,  e Roque em Português e Marcha Manuel Rui Azinhais Nabeiro, um arranjo e um original de Luís Cardoso. De realçar o facto de esta última obra ter sido dirigida pelo maestro Fernando Matias, da Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro, a quem o maestro da Banda Marcial formulou o convite para participar neste concerto.

Uma nota de destaque para o público presente no magnífico centro cultural municipal e que seguiu o concerto de forma atenta e interessada, não regateando aplausos à actuação da Marcial nesta sua terceira presença em Campo Maior, manifestando de forma efusiva o seu reconhecimento pela qualidade das interpretações da banda e do solista Ricardo Pires, aplaudindo-os de pé e de forma entusiástica numa clara manifestação de agrado pelo inédito concerto onde foi apresentado um repertório de alta qualidade e de elevado índice de dificuldade de execução.

No final um momento protocolar, tendo a Banda Marcial de Fermentelos, representada pelo presidente da assembleia geral (Celestino Almeida), pelo presidente, vice-presidente da direcção (Jorge Mendonça e Rui Rainho) e pela directora Rosa Abrantes trocado lembranças com o Comendador Rui Nabeiro, Câmara Municipal de Campo Maior, Associação de Festas do Povo de Campo Maior e Associação de Recreio Musical 1º de Dezembro; também a Câmara Municipal de Águeda, representada pelo vice-presidente Jorge Almeida e pelo vereador João Clemente, trocou lembranças com o homenageado e com a sua congénere de Campo Maior, tendo a Junta de Freguesia de Fermentelos, na pessoa do presidente Carlos Nolasco e da secretária Rosa Moreto, trocado lembranças com o homenageado, com a autarquia campomaiorense e com as suas congéneres de São João Batista e Nossa Senhora da Expectação.

Nas breves alocuções de circunstância e agradecimento, o Comendador Rui Nabeiro lembrou o pensamento de Nelson Mandela, tendo Celestino Almeida evocado José Régio e Jorge Almeida referido Manuel Alegre, todos aludindo à união entre os povos e as gentes de cada terra, comungando todos do sentido ‘obrigado’ expresso por Carlos Nolasco.

Jorge Mendonça recordou que se é verdade que são mais de 300 os Kms que separam Fermentelos de Campo Maior, também é verdade que são cada vez mais fortes e coesas as relações e os mecanismos protocolares que unem estas duas vilas, sendo esta a terceira presença da Marcial em terras campomaiorenses, em três anos consecutivos, um traço de união que tem um substracto que vai já muito para além da ligação afectiva que existe entre o Comendador Rui Nabeiro e a Banda Marcial de Fermentelos.

Quem sabe se esta ligação afectiva não será já o início de uma bela história de experiências recíprocas, que pode e deve abranger várias áreas de actividade das respectivas realidades sociais, seja ao nível autárquico, seja ao nível associativo, com intercâmbio cultural, partilha de conhecimento, destino de férias, entre outros’, referiu o presidente da Marcial, dando como exemplo o facto de a Universidade de Évora ter criado, em 2009, a Cátedra Rui Nabeiro, destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade, e bem assim o facto de no passado mês de Fevereiro a Pateira de Fermentelos ter sido reconhecida como Sítio Ramsar, pela sua relevância internacional para a conservação da Natureza, passando a estar incluída na lista das zonas húmidas mais importantes do planeta.

Pode ser uma coincidência’, referiu Jorge Mendonça, ‘mas se parece lógica a associação de ideias entre ‘Festas do Povo’ e ‘Rio Povo’ ou ‘Agit´Águeda’, ou entre o café e o lazer nas margens do rio Águeda ou da Pateira, e entre as ruas cobertas com guarda-chuvas e com flores de papel, é porque talvez haja nestas e noutras áreas, interesse em juntar e desenvolver os conhecimentos mútuos de cada vila e de cada município’.

O presidente da Banda Velha continuou a sua intervenção referindo que as geminações representam o quadro de uma verdadeira política europeia das colectividades locais, e assentam no reforço dos laços no desenvolvimento e diálogo inter-cultural bem como as colaborações da mais variada índole, lembrando que Fermentelos é uma freguesia com 16 associações, desportivas, recreativa, de assistência social e culturais, entre as quais 2 filarmónicas, e Águeda um município com 130 dessas colectividades, entre as quais cinco bandas de música, que têm todo o gosto em mostrar a Campo Maior e aos campomaiorenses o que de bom sabem fazer em prol da comunidade.

Quem sabe se em pouco tempo a Marcial não voltará a Campo Maior para participar na celebração de algum protocolo de geminação entre as Vilas de Fermentelos e Campo Maior ou até mesmo entre este e o município de Águeda. Quem sabe…’, concluiu Jorge Mendonça, que deixou assim lançada a ideia de geminação entre Fermentelos e Águeda com Campo Maior.