A economia
da Zona Euro cresceu 0,1% no 3º trimestre, após dois anos de contracção.
Mas o
mais admirável é que a Irlanda saída da recessão, com o PIB a crescer 0,4%, encheu
o peito de ar fresco e mandou às malvas qualquer Programa Cautelar (PC) e
propõe-se ir aos mercados sózinha.
Ora com o pé em frente e a ousadia deste
país, ficamos nós sem saber o que aí vem, pós-troika. Novo resgate, (credo,
abrenúncio!) ou Programa Cautelar.
Hoje já não podemos dizer que a nossa
situação é semelhante à da Irlanda, aproximamo-nos mais da Grécia de cujo
exemplo tanto queríamos fugir. Portugal registou um crescimento em cadeia de
0.2% no 2º trimestre, graças ao turismo e ao consumo privado.
É roubar aos bolsos de quem ganha o
salário mínimo, aos bolsos de quem já não assegura pão para a mesa dos filhos.
A senhora não sabe o que são necessidades básicas e a Troika comporta-se como
louca sanguessuga. Diga-se que a Irlanda também suportou pesados cortes, 15%,
até nos ordenados dos políticos (cá onde se viu?, o que se viu foi os
assessores e adjuntos dos adjuntos a
crescerem como tortulhos).
Na Irlanda não houve o nosso regabofe e houve
estadistas que souberam reformar o Estado e aplicar as medidas acertadas no
tempo, no diálogo. Por cá, o PS só aceitará o PC em troca de eleições. Enquanto
Soares virou guerreiro, atribuindo a outros, se calhar algo que lhe vai no
íntimo: “há tipos que dizem que isto em Portugal só vai a tiro”, (à boa maneira
republicana).Por nós pasmamos que um ex-presidente alemão tenha ido a tribunal
por causa de 700€ que um cineasta lhe terá pago num hotel, para este exercer
lóbi.
Por cá continuam impunes traficantes de influências, ladrões, corruptos e
políticos que desgraçaram o país.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 21 de Novembro de 2013