Estamos a viver ainda o sabor
das amêndoas de Páscoa, tempo que serviu para esquecer um pouquinho a crise,
não a via-sacra dos portugueses, crucificados pela austeridade, desemprego,
pobreza em milhares de famílias, quando não pelo medo do dia seguinte.
Quando a
esperança tem de ser o grande pilar para que a casa não caia de vez, para que
haja ressurreição, um país novo, mais igual, remendado, mas emendado dos
exageros idiotas.
Esta semana vai ser um tempo politicamente vivido de coração em ânsia: os mais radicais fazendo votos para que o Tribunal Constitucional (TC) chumbe o maior número de medidas que levaram o fisco a entrar nos bolsos dos portugueses, como o corte nas pensões dos reformados e outras; o governo esperando que isso não aconteça, porque fica mais fragilizado e os contribuintes não escaparão de outros castigos.
Esta semana vai ser um tempo politicamente vivido de coração em ânsia: os mais radicais fazendo votos para que o Tribunal Constitucional (TC) chumbe o maior número de medidas que levaram o fisco a entrar nos bolsos dos portugueses, como o corte nas pensões dos reformados e outras; o governo esperando que isso não aconteça, porque fica mais fragilizado e os contribuintes não escaparão de outros castigos.
Ficará
baloiçando entre a espada e a parede, com pouco espaço de manobra e salvação. É
que para o nosso calvário, com este governo ou outro, enquanto não for refundado,
a sério, o Estado, que também passa pela supressão de mordomias, (alojamento,
transportes, ajudas de custo, facturas de água e electricidade), meninos de
mama colocados em assessorias dos ministros e secretários de Estado,
demasiados, ou colocados em funções que não se sabe para que servem, demasiados
deputados e vereadores a mais - não haverá redenção à vista por muito
visionarismo primário que nos queiram impingir.
Mas a semana também vai ficar
marcada pela moção de censura ao governo pelo PS, que terá o apoio de toda a
Esquerda. Tudo junto é um cocktail explosivo e vai cavar ainda mais a crise política,
ainda que é suposto o governo não cair. O anúncio do TC pode estar tocado pela política
na demora tardia (90 dias) e pelo facto
de vir a lume depois da moção de censura.
O TC “está no epicentro do
combate político”, diz Marques Mendes, que revela que tanto do lado da maioria
como do PS há gente interessada em eleições antecipadas. Isso mostra uma enorme
irresponsabilidade e virá agravar a situação do país em toda a linha. Com
custos elevadíssimos, interna e externamente.
Os alemães, em muita coisa, estão contra nós,
porque somos pobres, mas vivemos como se fôssemos ricos.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 4 de Abril de 2013