Bons anúncios concorreram
para que a última semana fosse melhor para o governo e menos triste para o
povo.
Gente que foi forçada a emigrar, acha que os meios de comunicação
concorrem mais para o desânimo e a cor cinzenta (quando não de luto) do país.
Tudo por razões de audiência, quando não por razões ideológicas. Por isso, hoje
vou tentar ser mesmo português suave.
Portugal regressava aos mercados com êxito, maior a procura do que a venda (2,5
milhões), constituindo um êxito; o défice irá ficar abaixo dos limites da
Troika (ainda que não estejam confirmados os números); e o país irá ter mais
tempo para pagar a dívida.
E, se o dinheiro da ANA, puder entrar nas contas do
Orçamento, então será ouro sobre azul, apesar de ser maquilhagem, que todos
fazem. Claro que isto, de imediato, não melhorou os bolsos dos portugueses nem
baixou o desemprego. Mas foi um desarme para a oposição, que sempre berrará, e
é um primeiro passo, que no futuro permitirá que os bancos se financiem no
estrangeiro a mais baixos juros para então começar a reindustrialização, a
recuperação da economia.
O governo tem de incentivar e criar medidas acertadas,
levando sempre em conta que mais de 80% das empresas são de pequena dimensão,
mas tão importantes, no seu conjunto, como as grandes. Será a batalha mais
difícil, exigindo estratégias bem definidas. Esses factos criaram ânimo e António
Borges logo deitou foguetes e disse que não era necessária mais austeridade.
Naturalmente só depois de cumpridas as medidas em vigor e as que nos ameaçam.
Aliás. P. Coelho veio dizer que a austeridade ainda não acabou. Por outro lado,
a RTP vai para já para a reestruturação.
Quando o PS esperava ter aqui outra
crise, o PSD não comprou outra guerra ao CDS, ainda que Relvas, cada vez menos
necessário, perdesse mais uma batalha.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 31 de Janeiro de 2013