Trazemos aqui
hoje uma proposta que mantém inalteráveis as atuais seis freguesias do Concelho
de Oliveira do Bairro.
Esta proposta
surge na sequência de um processo de discussão e reflexão muito alargado, que
envolveu uma percentagem muito considerável da população do nosso Concelho, num
ato de participação cívico único e exemplar.
Exemplar pela
disponibilidade e interesse com que as pessoas participaram na discussão, e
também exemplar pela forma como o fizerem.
Mostrando sempre um enorme respeito
pela diversidade de opiniões e mostrando que o nosso povo sabe bem qual é o
significado da palavra democracia, e que está disponível para a viver de forma
participada e empenhada. E a democracia não é mais que esta procura conjunta das
melhores soluções para os desafios que se nos vão colocando.
Infelizmente,
no Portugal e na Europa de hoje, vai ganhando terreno uma elite de supostos
especialistas, que proclamam, seguramente com sinceridade, desejar promover o
bem-estar da sociedade em geral, e que garantem saber como atingi-lo melhor do
que a pessoa comum. E esta suposta elite, acredita ainda que é impossível à
pessoa comum perceber esta coisas, de tal forma que pretendem reduzir o debate
politico ao mínimo, não passando esse mínimo de um mero exercício retórico sem
qualquer ligação com as medidas a implementar. É uma visão da política
profundamente paternalista e tecnocrata.
É a negação da própria política,
porque a política faz-se com as pessoas e para as pessoas. Ao político exige-se
que explique as opções, e que volte a explicar, até à exaustão, até conseguir
mostrar à pessoa comum que aquilo que vamos fazer é o melhor para o bem de todos.
Ao político pede-se que perca tempo com as pessoas, porque é ao serviço das
pessoas que o político deve estar. Ao político pede-se que esteja no meio das
pessoas, porque é estando com as pessoas que se pode liderar.
E é tudo isto
que falta na política de hoje, onde os políticos saem pela porta dos fundos,
onde as supostas elites não entendem o povo, e publicamente o apelidam de
ignorante, quando ele não entende a profundidade e o alcance das suas sábias
decisões.
E é por tudo
isto que alguém acreditou que sem uma justificação forte e cabal era possível
acabar com 1500 freguesias, de uma penada, sem sequer responder à questão de Porquê e Para Quê?
E foi esse
exercício de responder a essa questão fundamental de Porquê e Para Quê, que
procurámos fazer no nosso Concelho. De uma forma série e sem ideias pré-concebidas.
E foi na procura dessa resposta que um consenso alargado se foi formando, no
sentido que uma redução do número de freguesias no nosso Concelho não se
traduziria em nenhuma redução da despesa, nem se traduziria em nenhuma melhoria
dos serviços prestados às populações, antes pelo contrário, traduzir-se-ia numa
degradação dos serviços de proximidade prestados pelas Juntas de Freguesias e
num agravar de custos para o erário público.
E porque isto se
foi tornando cada vez mais claro, ou pelo menos, porque o contrário não se
conseguiu demostrar, que hoje temos aqui uma proposta que é apoiada por todos
os partidos políticos com representatividade no nosso Concelho, por todas as
bancadas parlamentares, pelo Executivo Municipal e por todas as Assembleias de
Freguesia.
Esta proposta
não encerra esta questão, mas tenho muita esperança que leve essa tal elite a refletir.
Uma elite que pasme-se agora (!) nem sequer acredita naquilo que que nos pede
para fazer.
Vivemos tempos
difíceis, perdemos a nossa liberdade enquanto povo, fazemos o que não queremos
e aquilo em que não acreditamos, mas saibamos cada um de nós, nas funções que
desempenha, estar à altura dos acontecimentos.
Acredito
sinceramente que ao aprovarmos hoje aqui esta proposta, e da forma como o
fizemos, da forma como aqui chegámos, estamos a respeitar todos aqueles que
participaram nesta discussão, estamos a respeitar todos aqueles que nos
elegeram, e estamos a dignificar esta Assembleia, o poder local, e a pessoa
comum, que é aquela que de facto mais importa respeitar, porque é aquela que
nos devemos preocupar em servir.
Tenho dito,
Mostrando sempre um enorme respeito pela diversidade de opiniões e mostrando que o nosso povo sabe bem qual é o significado da palavra democracia, e que está disponível para a viver de forma participada e empenhada. E a democracia não é mais que esta procura conjunta das melhores soluções para os desafios que se nos vão colocando.
É a negação da própria política, porque a política faz-se com as pessoas e para as pessoas. Ao político exige-se que explique as opções, e que volte a explicar, até à exaustão, até conseguir mostrar à pessoa comum que aquilo que vamos fazer é o melhor para o bem de todos. Ao político pede-se que perca tempo com as pessoas, porque é ao serviço das pessoas que o político deve estar. Ao político pede-se que esteja no meio das pessoas, porque é estando com as pessoas que se pode liderar.