Os jovens candidatos a "boys" do PSD ouviram da boca do homem
que assegurou, jurou, afiançou, afirmou, asseverou, prometeu, garantiu que não
aumentaria o IVA e que "do nosso lado, não contem com mais impostos" e ainda que
acusá-lo de tencionar confiscar os subsídios de férias e Natal era um
"disparate", que é "perverso" "o recurso à via do trabalho temporário para
resolver necessidades permanentes" do SNS e que o país não pode aceitar a
"proletarização da juventude portuguesa baseada em recibos verdes, em que as
pessoas são obrigadas a pagar com os recibos verdes aquilo que as entidades que
as contratam não estão disponíveis para pagar".
Fixemos este nome, Duarte Marques, porque, com tal capacidade para dar, no
momento certo, a deixa certa para que o líder possa dizer o que os eleitores
querem ouvir, o rapaz irá decerto longe.
Os futuros "boys" aprenderam ainda uma lição fundamental: em política faz-se
o que se quer mas diz-se o que, em cada momento, convém. Se for necessário até,
como o mestre, que "precisamos de valorizar a palavra para que, quando ela é
proferida, possamos acreditar nela".
Manuel António Pina, aqui