segunda-feira, 9 de julho de 2012

A NOVA ALAMEDA E AS FÁBULAS DE LA FONTAINE

Em livre adaptação, conta-se a seguinte “estória” inspirada nos fabulosos contos de La Fontaine:

«Naquele tempo vivia-se em boa ordem na selva quando chegou notícia de que o poderoso leão enviuvara. Habituado a ter comida e impossibilitado de arranjar nova leoa, o leão decidiu contratar um leopardo que caçasse.


Meses depois, o entediado leão apercebeu-se que, embora o leopardo lhe dispensasse sempre a comida a horas e em boas condições, não conseguia saber se iniciava o período laboral na hora combinada.


Á beira-rio encontrou o amigo urso que pescava e contratou-o para controlar o horário do leopardo. Foi assim que o leopardo teve de diversificar a caça e passou a trazer alimento para os dois.

Uns meses depois o urso desocupado e já obeso sugeriu ao leão a montagem de um sistema eficaz para controlo do tempo do leopardo e propôs-lhe um Outsourcing de consultadoria a uma empresa internacional de macacos.

O leão concordou e o leopardo diversificou a recolha de alimentos para satisfazer o leão, o urso e o bando de macacos.

Após terminar a análise do projecto o líder dos macacos propôs ao urso a subcontratação de uma prestação de serviços a um bando de papagaios para desenvolvimento e implementação do sistema de controlo da assiduidade do leopardo e posterior tratamento dos dados.

Assim se fez.

O leopardo exausto de caçar para o leão, pescar para o urso, colher bananas para os macacos e recolher sementes para os papagaios passou a ter necessidade de dormir um pouco mais para retemperar as forças.

Quando o relatório foi apresentado ao leão, ele concluiu que o leopardo, embora atingisse os seus objectivos, tinha deixado de cumprir o horário e despediu-o.

Os papagaios ao deixar de receber as sementes accionaram uma acção aos macacos por quebra de contrato. Os macacos ao deixarem de receber as bananas processaram o urso que entretanto foi comido pelo leão esfomeado.

A selva deixou de respeitar o leão quando ele começou a dar sinais de fome».

Moral da 'estória': só o cúmulo da prepotência transforma uma opinião pessoal numa verdade absoluta.


O que daqui resulta, é que se a informação sobre a Alameda de Oliveira do Bairro fosse pública e o 'público' fosse ouvido, era este mesmo 'público' a contribuir para que o curso da obra corresse pelo melhor!


Como dizem os sensatos, com arrogância e prepotência até podemos ir longe; mas com humildade, e respeito chegamos sempre aonde quisermos; afinal, só a humildade abre as portas que a prepotência fecha.