Na reunião da passada
quinta-feira, o presidente da câmara propôs e o executivo municipal deliberou
por maioria, com a abstenção dos vereadores Manuel Borras e Jorge Mendonça,
aprovar a resolução de requerer ao Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local a declaração de utilidade pública da expropriação com carácter de urgência e autorização de posse administrativa da parcela de terreno necessária para a execução da rotunda da Nova Alameda da Cidade de Oliveira do Bairro, sita nas proximidades do ‘Pingo Doce’.
Como se não bastassem já as dificuldades que ultimamente vão surgindo na execução desta obra, e que nos últimos dias têm florescido como cogumelos num bosque, eis que o diligente executivo residente surge também a complicar o que não podia ser complicado: então não é que a proposta presidencial contem o erro de palmatória de indicar uma entidade governativa orgânicamente inexistente desde Outubro de 2009?
Coitada da obra, que nasceu torta à custa da altivez e soberba de uns, servindo a tantos de saco de pancada, e que acaba agora de encaixar mais esta biqueirada de ignorância!
É que o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local (Eduardo Cabrita) foi membro do XVII governo constitucional (dependente do então primeiro ministro José Sócrates).
Na orgânica do actual governo, o XIX, que iniciou funções em Junho de 2011, o que há é um Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa (Paulo Júlio), que integra a equipa do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, José Relvas.
A questão, só não é ridícula porque é demasiado séria para ser considerada como um simples erro, admissível a qualquer mortal, mas impensável em relação àqueles a quem, para já, está entregue a gestão do município, exercendo-a com a autista convicção de infalibilidade celestial perante pacóvios terrenos.
O que daqui objectivamente se retira, é que o presidente da câmara municipal de Oliveira do Bairro ignora literalmente a orgânica governamental e de forma específica a do ministério que tutela o poder local.
Não havia necessidade de, de forma tão explícita, mostrar ao governo da nossa república a imagem do triste governo do concelho!