Somos o país da Europa com o mais baixo poder de compra. Até Lisboa
que era uma das mais caras cidades da Europa, baixou uns bons furos, fruto de
recessão, que não estanca. A insegurança e a matança enchem jornais. Anda gente
de cabeça perdida, casais de namorados e casais que não se podem ver.
De Victor Gaspar são raras as boas notícias. Uma que chegou
há dias não é confortável. As receitas fiscais tiveram quebra estrondosa. Como
era de prever. Que esperava, milagres? Economia adormecida, empresas a
fecharem, às dezenas, todos os dias, é a consequência nefasta da política do
garrote. O governo ao subir o IVA, ao congelar os ordenados dos funcionários
públicos, concorreu para um menor consumo.
Logo para o fecho de empresas e
consequente baixa de contribuições, a dois níveis, empresários e trabalhadores.
Programou receber um bolo perfeito, bem saboroso, saíram-lhe uns restos e favas.
O que irá agravar-se, agora que os funcionários públicos e os pensionistas
ficaram sem o subsídio de férias. Já há na Net oferta de trabalho em troca de
comida, enquanto desempregados sem subsídio têm de pagar a taxa moderadora de
saúde. Imoral.
Com o afundamento das receitas, situação que infelizmente
vai permanecer, para mal dos nossos bolsos e do país, estarão à vista mais
impostos ou taxas? Boa notícia mesmo só no futebol: Portugal ter passado às
meias-finais.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 28 de Junho de 2012