Pode haver quem discuta a
convicção que eu, como muitas outras pessoas, naturalmente, tenho sobre a
tarefa primordial e essencial da mulher, na sociedade.
No momento que
atravessamos, é notória a quase necessidade de que ela exerça um ofício para
obviar as despesas domésticas e os encargos que começaram a esmagar o agregado
familiar.
Marido e esposa, estando ausentes dos
filhos, durante grande parte do dia poderão ver desmoronar aquilo que seria de
primeiríssima actualidade: a educação de crescimento dos filhos que, serão
sempre a cópia do meio ambiente, no qual passam a maior parte das horas.
É evidente que eu e outros da minha geração estamos marcados pela presença activa e educativa da nossa mãe que, sempre, permanecia atenta aos minutos que passavam sobre nós.
Argumenta-se, hoje, com o facto da
emancipação da mulher. Todavia, a meu ver, ela sempre foi livre como o homem,
ambos criados à imagem e semelhança de Deus, pessoas abertas ao mundo e às suas
acções pessoais e responsáveis. Porém, nos tempos que correm ela, a mulher, é
que se tornou escrava de muitos factores redutivos, desde o ordenado, ao
horário de trabalho, a ser chefiada por quem não lhe é nada, mas que a faz
dependente, até à divisão de bolsa (ela
com um salário, o marido com outro e as despesas familiares só “às vezes”…, em
comum) ; depois, vem todo o movimento caseiro ou doméstico que será feito
pela noite dentro, etc, etc. Pouco lhe restará, para si mesma, certamente.
Por tudo quanto a mulher é e, sobretudo,
pelo seu augusto múnus de mãe, aqui lhe expresso, com admiração, a minha
humilde homenagem.
Padre Manuel Armando, no 'Jornal da Bairrada' de 3 de Maio de 2012