“1. As galinhas poedeiras
devem dispor de:
a) Pelo menos, 750 cm2 de
superfície da gaiola por galinha…
b) Um ninho;
c) Uma cama que permita às
galinhas debicar e esgravatar;
d) Poleiros adequados com um
espaço de, pelo menos, 15 cm por galinha….
5. As gaiolas devem estar
equipadas com dispositivos adequados para desgastar as garras.”
Estas são as preocupações dos
burocratas em 2011 quando ameaçam os países incumpridores com processos, ou até
o abate das aves nos aviários que não cumpram estas normas “hoteleiras” para
galinhas. Mesmo considerando que “foram disponibilizados fundos para a
modernização dos sistemas de criação de galinhas poedeiras, mas que apenas
alguns Estados-Membros os utilizaram” parece-me complicado impor estas regras
numa altura de profunda crise e onde os animais humanos europeus são tratados
pelos sistemas de segurança social nacionais com menos parcimónia do que as
galinhas.
Claro que percebo o enfado de
“alguns Estados-Membros que modernizaram os seus sistemas de criação ainda
antes de a diretiva entrar em vigor” depois de terem passado 12 anos para que
todos os outros também se adaptassem. Mas onde esteve a fiscalização europeia
ou nacional? Como sempre a dormir e confiantemente à espera que a capacidade de
investimento dos alemães e suecos fosse igualzinha à dos espanhóis ou
portugueses.
Mesmo que a lei europeia
imponha esta regra é do mais elementar bom senso suspendê-la. Tem medos que as
galinhas se revoltem? E os políticos têm medo dos burocratas?
Chegámos ao cúmulo da
idiotice. É que a alternativa é deixar de produzir e importar ovos de países
que nem sequer sabem o que são estas gaiolas.
Por
mim exportava os burocratas para inspecionar gaiolas na Coreia do Norte.
António Granjeia, no 'Jornal da Bairrada' de 19 de Abril de 2012
