O
Parque Escolar (PE) esteve nas atenções do Parlamento, onde foram chamadas à
conversa (e não mais que isso) as duas ministras da Educação, Lurdes Rodrigues
e Isabel Alçada, que não deram mostras de alguma sensatez, fruto de reflexão.
Antes defenderam as asneiras do PE que tinha 950 milhões de euros para
recuperar 300 escolas e gastou 3,400 milhões em apenas 190. Isto é, gastou à
tripa forra, sucedendo derrapagens absurdas nos gastos em luxos.
Um desperdício, um abuso, um crime que ninguém paga. Tentaram explicar o inexplicável.
A
primeira admitiu apenas que o PE saiu caro, mas foi necessário para a melhoria
das estruturas, não houve derrapagens (pois não, só o triplo). E não se coibiu
de dizer que o PE foi uma festa, que as escolas foram uma festa…
Afinal, os
gastos foram mesmo uma grande paródia, uma orgia faraónica! Não custa a acreditar:
realmente onde há regabofe, há festa e o PE foi um grande regabofe com o rico
dinheirinho dos nossos impostos pagos e a pagar por alguns anos. Parece o
cúmulo da desfaçatez, o descoco total. Caso tipicamente português. Ninguém
assume culpas. Morrem todas solteironas.
Como
se viu, uma defendeu a outra. Ao mais alto nível, todos se encobrem uns com os
outros. Ninguém é, ninguém foi - não
houve excessos nenhuns e se houve “materiais ditos nobres como os do grande
arquitecto Siza Vieira” – disse Isabel Alçada, é por que já havia mármores e os
restauros tinham de ser adequados e “nada do que foi feito teve a pretensão de
luxo”, contrariando assim as conclusões das auditorias da Inspecção-Geral de
Finanças e do Tribunal de Contas. Ainda que a anterior direcção do PE tenha chamado
à atenção para “o uso excessivo de estores eléctricos e de elevadores
redundantes”.
Sem este tipo de material, a festa, ou melhor o bródio, não tinha
tanta graça. A festa de Lurdes Rodrigues (só se foi para os gestores do PE,
arquitectos e empresas construtoras do regime) deu em desgraça. Por sua
vez, o PS, em defesa de suas damas que neste baile se portaram ao nível de
Sócrates, acusou Nuno Crato de “um ataque feroz e irracional à escola pública”.
Não sabemos o que é que tem o cu a ver com as calças. Afinal, a recuperação das
escolas irá continuar, segundo o membro do governo.
Mas dentro da contenção
exigida.