quinta-feira, 5 de abril de 2012

DIZEM PARA AÍ

que é o mal da inveja que faz gritar e revoltar-se tanta gente 

Não, não é, senhores ministros, políticos, deputados e baronetes da maminha sempre quente.

É uma série de tubarões que navegam à custa dos nossos impostos como se a costa fosse só deles.

E não houvesse mais nada nem mais ninguém. Indesejáveis, acostaram às empresas público privadas, o grande cancro e desgraça dos bolsos de quem trabalha e mal recebe para a côdea.

Eles estão agarrados, como lapas, à CGD, TAP, RTP, REFER, CTT, CP Carga, EMA e ANA, Parque Expo e Empordef, etc. Embora quase todas falidas, pagam ordenados principescos aos seus gestores que, mesmo assim, não vão sofrer cortes nos ordenados.

Fernando Pinto, em 2011, com a TAP a voar baixo, limpou 359 mil euros, mais mordomias. Então, isto não é escandaloso, ó crápulas do meu país, entregue à bicharada, tubarões ou aves de rapina? Desculpem lá por vezes insistir no tema das gritantes injustiças, mas falta-me estômago para suportar tanta sem-vergonhice nacional.

A contrastar com este regabofe, a atribuição do Rendimento Social de Inserção (RSI) vai ter novas regras para que, nas palavras do ministro Mota Soares, se distinga o trigo do joio. Isto é, passem a não receber de mão beijada os benefícios, tendo de cumprir obrigações: colocar os filhos na escola, procurar emprego ou disponibilizar-se para prestar trabalho útil à comunidade.

Conhecem-se muitos abusos e burlas, prejudicando assim os que mais precisam. Mas a obrigatoriedade da prestação do trabalho à comunidade deveria abranger também todos quantos recebem subsídios de desemprego e não movem uma palha para mudar de vida. Trabalho a fazer no país é coisa que não falta em muitas áreas.

Falta é vontade política ao governo e vontade de trabalhar a imensa gente. O que para aí vai de matas para limpar, património local para recuperar… O mal do país foi começar a pagar às pessoas para estarem sentadas.

O mal do país é ter políticos mais  preocupados com “a regulação paternal” do cão e do gato, do piriquito e da tartaruga, em caso de divórcio do casal, ainda que gay, do que com as pessoas.     

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 5 de Abril de 2012