O tribunal de Aveiro ouve hoje as alegações finais do julgamento da providência cautelar contra o arresto preventivo de bens a Paulo Penedos e a outros dois arguidos do processo 'Face Oculta'.
Em causa está uma medida cautelar pedida, no âmbito deste processo, a nove arguidos que alegadamente receberam quantias em numerário que "não são congruentes com os seus rendimentos lícitos".
No caso de Paulo Penedos, a acusação diz que o arguido, que está acusado de um crime de tráfico de influências, terá alegadamente recebido 256 mil euros em numerário, entre janeiro de 2008 e janeiro de 2010.
O Ministério Público presume que esta quantia constitua uma "vantagem de atividade criminosa" e solicitou que a mesma fosse declarada perdida a favor do Estado, requerendo o arresto de uma casa em Coimbra e duas em Vila Nova de Poiares, para além de um terreno neste concelho.
Os outros dois arguidos que interpuseram uma providência cautelar para impedir o arresto dos bens são Lopes Barreira (gestor e amigo do ex-ministro Armando Vara, coarguido no processo) e Namércio Cunha (ex-braço direito do sucateiro Manuel Godinho, o principal arguido).
O gestor Lopes Barreira, que responde por três crimes de tráfico de influências, terá recebido 242 mil euros em numerário e tem arrestada a sua moradia em Cascais, enquanto que Namércio Cunha supostamente recebeu 82 mil euros e tem arrestada a sua casa em Oliveira do Bairro.
Namércio Cunha, que está acusado de um crime de associação criminosa e outro de corrupção ativa para ato ilícito, foi o único arguido a quem o tribunal devolveu a caução de 25 mil euros que o mesmo tinha sido obrigado a pagar como medida de coação.
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