quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EDUCAR PARA A VIOLÊNCIA

Uma série de especialista em educação estiveram reunidos em Espanha (no encontro “Família e Escola: um espaço de convivência”) e concluíram o seguinte: “O aumento da violência nas escolas reflecte a crise de autoridade familiar.”

Ou seja, os pais preferem passar bons momentos com os filhos a impor-lhes regras, educá-los e discipliná-los. Isso dá trabalho e o pouco tempo que se tem para passar com eles não deve ser desperdiçado em coisas que chateiam as crianças, deve ser alegre e sem conflitos.

Ainda vão ter tempo para isso. Disciplina e autoridade são termos militares e, convenhamos, os nossos filhos não estão a fazer a recruta. Resultado: as crianças de hoje não reconhecem no pai ou na mãe a figura de autoridade, e por isso não reconhecem autoridade em ninguém. Nem nas forças da autoridade, nem nos mais velhos, nem nos professores, nada.

Os nossos meninos são educados livres dessas amarras, desses preconceitos que foram atirados para o caixote de lixo do século xx. Os tempos são outros e são modernos.

Mas não é verdade: as crianças precisam de disciplina para poderem ser. Para saberem respeitar a liberdade e saberem viver em liberdade. Liberdade não é anarquia. Concluem os filósofos, sociólogos, médicos e professores reunidos em Espanha que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que “têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos”. Deixaram de ter respeito pelas pessoas de respeito. A começar pelos pais. O pior é que no final da história os únicos prejudicados são eles próprios. Haja esperança que os nossos filhos eduquem os nossos netos de outra maneira.

Inês Teotónio Pereira, aqui