sexta-feira, 13 de maio de 2011

VÍDEO DE HOMICÍDIO EM MAMARROSA VAI SERVIR DE PROVA

O Ministério Público arrolou como prova o vídeo em que se vê o engenheiro Ferreira da Silva a matar a tiro o ex-genro, o advogado Cláudio Rio Mendes, a 5 de Fevereiro, no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro.

O procurador pretende exibir durante o julgamento as imagens – que foram captadas com um telemóvel por uma sobrinha da namorada de Cláudio – para que os juízes não tenham qualquer dúvidas sobre a forma como o crime ocorreu.

A defesa do arguido, que está acusado de homicídio qualificado, poderá no entanto requerer a abertura da instrução do processo e contestar o uso das imagens, alegando que se trata de uma gravação ilegal e que ocorreu sem o consentimento de Ferreira da Silva, pai da juíza Ana Joaquina. Contudo, o Ministério Público tem ainda a hipótese de alegar que o vídeo foi realizado num espaço público e que já chegou inclusive ao conhecimento do grande público.

O facto de a família de Cláudio ter pedido tribunal de júri e de existir a possibilidade de o vídeo ser exibido em plena sessão de julgamento pode mesmo vir a ser um importante trunfo para a acusação, na medida em que pode ajudar a formar opinião.

A família de Cláudio está expectante com o desenrolar do processo e não escondeu a satisfação quando soube que o Ministério Público agravou a configuração do crime de homicídio simples para qualificado, punível até 25 anos. "Havia um plano para executar o Cláudio e sair impune. A procissão ainda vai no adro, mas só espero que no final se faça justiça", disse Modesto Mendes, irmão da vítima.

Recorde-se que a acusação refere que Ferreira da Silva planeou matar o pai da neta, de apenas três anos, uma semana antes. O Ministério Público acrescenta ainda que o engenheiro assassinou o ex-genro porque o odiava.

Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui