terça-feira, 3 de maio de 2011

DIVULGAÇÃO DAS CARTAS DE CATROGA CRITICADA POR PAULO PORTAS

É mais uma farpa ao PSD: Paulo Portas criticou ontem a atitude dos sociais-democratas nesta fase de negociações de ajuda financeira externa.

"Acha normal esta troca de cartas do PSD dizendo que passava por cima do Governo e falava directamente com a missão?", questionou ontem o líder do CDS, numa entrevista à RTP1.Paulo Portas referia-se a uma das cartas enviadas na semana passada pelo economista do PSD, Eduardo Catroga, ao ministro da Presidência Silva Pereira, em que os sociais-democratas reservavam "o direito e o dever de apresentarem a sua posição directamente à missão", fruto da falta de informação dada pelo Governo sobre as negociações.

Defendendo contenção nas declarações dos políticos nesta fase das negociações, Paulo Portas criticou também o primeiro-ministro por divulgar um défice de 6,8 por cento do PIB, depois de já ter acertado com as entidades internacionais de que o valor era de 9,1 por cento. Sem revelar o teor da conversa que teve com os representantes do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, o líder centrista disse ter explicado à missão quanto custaria ao país proteger o valor das pensões sociais e rurais.

O líder do CDS voltou a demarcar-se do partido de Passos Coelho em alguns pontos como a eliminação do Ministério da Agricultura, as alterações ao Código Contributivo e a privatização da Caixa Geral de Depósitos. E insistiu na ideia que vem lançando no seu discurso há algumas semanas de que "não é possível absolver o PS pela situação a que o país chegou, nem premiar o PSD porque não se preparou". Já sobre um eventual futuro governo que inclua também o PS para além do PSD e CDS, Portas não foi totalmente claro, dizendo apenas que "Portugal precisa de um bom governo, um governo forte" e que "Portugal precisa de mudança". "Não lhe vou dar uma resposta de que o CDS pareça uma muleta ou subalterno", repetiu.

À pergunta se acredita que será primeiro-ministro, esclareceu que se está a "preparar" para ser candidato e que, apesar de vários dirigentes do seu partido lhe terem pedido para assumir esse papel, só o dirá "se for considerado um gesto natural". Já quanto a metas eleitorais, Portas não deu números, deixou apenas uma ideia: "Não estou aqui para descer nem para limitar danos, o CDS merece subir".

Sofia Rodrigues, aqui