quarta-feira, 9 de março de 2011

A TENSÃO ALTA PROVOCA TRISTEZA

Um estudo revela que os portugueses hipertensos são menos felizes, quando comparados com cidadãos de outros países onde esta doença não é tão grave. Em Portugal, esta doença atinge quase metade dos adultos.

O médico Espiga de Macedo, autor de um estudo epidemiológico sobre hipertensão arterial - o qual indica que 46,5% dos portugueses adultos sofrem deste problema -, afirma que o estudo europeu concluiu que existe uma "relação entre o grau de satisfação e o valor da pressão arterial".

De acordo com as conclusões do estudo, Portugal, Alemanha e Finlândia - países que têm elevados níveis de hipertensão - são os que têm uma menor percentagem de cidadãos muito satisfeitos com as suas vidas - pouco mais de 20%.

No oposto, encontram-se países como Irlanda, Dinamarca, Holanda e Suécia, onde quase 50% dos cidadãos afirmam-se muito satisfeitos com as suas vidas. Curiosamente, são baixos os seus níveis de hipertensão.

Para Espiga de Macedo, a hipertensão, como a maioria das doenças crónicas, pode estar associada a um mau estar, "mais que não seja pela noção de que é preciso tomar medicamentos, o que leva as pessoas a sentirem-se mal".

"Não agrada nada às pessoas terem de tomar um ou mais medicamentos por dia", disse. Por outro lado, explicou, a hipertensão exige um modo de vida sem excessos, nomeadamente uma dieta controlada e com pouco sal, o que pode contribuir para alguma dificuldade em dizer que não à boa mesa portuguesa.

Para Espiga de Macedo, os doentes com hipertensão devem seguir uma "receita contra a infelicidade", a qual passa por "encarar as doenças como um estado mais ou menos natural".

"Há pessoas que usam óculos desde a infância e não é por isso que são menos felizes ou andam deprimidos", sublinhou.

A hipertensão afecta cerca de dois milhões de pessoas em Portugal. Destas, apenas metade tem conhecimento de que tem a pressão arterial elevada, um quarto está medicada e apenas 16% tem a doença controlada.

Solange Sousa Mendes, aqui