Os vizinhos da idosa, que terá falecido há nove anos cujo corpo apenas na terça-feira foi encontrado na habitação, asseguram nunca ter sentido maus cheiros que denunciassem a morte da octogenária, que residia na Rinchoa, Sintra.
Na praceta das Amoreiras, os vizinhos da porta 16 comentavam hoje a morte da vizinha que estava dada como desaparecida há nove anos e que apenas na terça-feira foi encontrada pela PSP, chamada ao local a pedido da nova proprietária que adquiriu o imóvel num leilão realizado pelas finanças.
Aida Martins, 82 anos, adiantou à agência Lusa ter participado o desaparecimento da idosa por duas vezes, a primeira em 2002.
"A senhora raramente saia à rua e comecei a estranhar porque via a caixa do correio cheia. A GNR veio cá e nunca quiseram arrombar a porta", disse a moradora do primeiro andar do prédio.
Aida Martins adiantou ter estado junto à porta da idosa por diversas vezes ao longo dos anos para tentar detetar "se havia maus cheiros" que denunciassem a morte da vizinha.
"Nunca cheirou mal porque a varanda da cozinha estava aberta. E nunca ouvimos barulhos do cão que foi encontrado morto junto a ela", disse.
Outra vizinha, Lurdes Marques, confirmou à agência Lusa que nunca detetou maus cheiros no prédio, embora também tenha dado pela falta da vizinha que raramente saia de casa.
Chang Can Hang mora no quarto andar, em frente à porta onde a idosa residia. Esta moradora adiantou ter estado 14 anos fora da sua habitação, tendo regressado apenas o ano passado.
Estupefacta, esta moradora disse não ter conhecimento de que apenas na terça-feira o corpo da idosa tenha sido removido, nem ter detetado maus cheiros.
Segundo o comandante dos bombeiros de Agualva-Cacém, Luís Pimentel, o alerta para a retirada do corpo foi dado pela PSP às 15:50 de terça-feira.
Luís Pimentel adiantou que a idosa foi encontrada na cozinha, junto a um esqueleto de um cão: "O corpo estava deitado de bruços. Não havia maus cheiros e nunca ninguém disse nada".
Uma fonte da PSP disse à agência Lusa que esta autoridade policial foi chamada ao local para abrir a porta do apartamento onde seria encontrada a idosa.
"Fomos lá no âmbito de um processo de penhora das finanças. Isso permitiu o arrombamento da porta e deparámo-nos com um corpo em decomposição, quase em ossadas", disse.
Esta fonte adiantou que "numa primeira análise o corpo já estava há vários anos" na cozinha da habitação.
Retirada daqui