O programa em que Carlos Castro aparece a falar com familiares falecidos foi gravado em Outubro e vai para o ar amanhã. Presidente da ERC admite ouvir a TVI.
Carlos Castro vai ser o protagonista da estreia da nova temporada de "Depois da Vida".
O programa da TVI, apresentado por Iva Domingues - e que conta com a participação de uma medium inglesa - propõe aos convidados uma conversa com os seus familiares já falecidos. O programa em causa foi gravado em Outubro e era suposto ser o segundo emitido na nova temporada.
Mas foi antecipado "por uma questão de actualidade", disse fonte da TVI. Uma escolha polémica e que poderá ser passível de análise por parte da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC).
Contactado pelo i, Azeredo Lopes não quis comentar o teor do formato, por desconhecimento. Mas salientou que, embora prevaleça a liberdade de programação, "estão em causa questões importantes". "Ouvi falar nisso hoje (ontem), pela primeira vez. Não se trata de saber se este tipo de programa é de bom ou mau gosto. Sobre isso tenho uma opinião formada, que não será difícil descortinar. O que está aqui em causa é que se ponha no ar um programa destes com alguém que morreu há uma semana", explicou o presidente da ERC, sublinhando, no entanto, ser "prematuro falar agora". "Qualquer pronúncia seria sempre pesada. Antes de formar uma opinião, devo ouvir a TVI."
No regresso do programa, Carlos Castro vai aparecer a falar com a mãe. "Eu sou um homem que acredita que deve haver alguma luz. Caso contrário, que seríamos nós neste mundo?", questiona o cronista na promoção do programa, que a TVI está a emitir.
Fonte da estação de Queluz defende que o programa foi gravado em 2010 e que não falta ao respeito ao interveniente, assassinado na semana passada. "O programa com Carlos Castro estava gravado desde Outubro. Ia ser o segundo emitido nesta nova série do programa, mas por uma questão de actualidade, decidimos passá-lo para a primeira emissão. Não entendemos que exista qualquer desrespeito pela pessoa em causa, até porque o programa não é sensacionalista. Quem assistir vai perceber isso".
Moita Flores e Cinha Jardim
"Depois da Vida" estreou a 26 de Março do ano passado, tendo como primeiro convidado o ex-polícia e actual presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores. Anne Germain é a medium que estabelece o contacto com os mortos.
E, a julgar pelas palavras do ex-criminalista, a experiência foi intensa. "Estive sentado dez minutos em frente a Anne Germain. Não abri a boca. E ouvi-a dizer coisas perturbadoras acerca da minha vida íntima, coisas que só eu e a minha irmã tínhamos conhecimento e que mais ninguém poderia saber", revelou Moita Flores ao CM.
O programa contou ainda com a participação de Cinha Jardim, Luísa Castel-Branco e Ruy de Carvalho. O actor, que perdeu a mulher há mais de três anos, mostrou-se céptico. "Não acredito nem deixo de acreditar", disse, acrescentando que "pelas indicações", era a sua mulher que estava ali "presente".
André Rito, aqui
