sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

NOVA TÉCNICA DE TRATAMENTO PARA FERIDAS EM DIABÉTICOS

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu uma metodologia que combina células estaminais do sangue do cordão umbilical e células dos vasos sanguíneos.

"É uma descoberta relevante, pode permitir uma solução terapêutica para um problema que tem grande expressão na sociedade actual", disse hoje à agência Lusa Lino Ferreira, coordenador da equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC/Biocant).

Os investigadores descobriram que a utilização de um gel com células estaminais do sangue do cordão umbilical, combinadas com células existentes nos vasos sanguíneos (endoteliais), melhora a cicatrização de feridas crónicas em animais diabéticos.

De acordo com o estudo, publicado na segunda-feira na revista científica internacional PLoS ONE, nas experiências laboratoriais foram utilizados seis ratinhos, os quais apresentavam, cada um, duas pequenas feridas de seis milímetros de diâmetro. O tratamento das feridas, através da aplicação do gel, decorreu ao longo de dez dias, período de tempo em que os animais foram mantidos em espaços individuais, com comida e água e temperatura e humidade controlada. "Não chegou a haver cicatrização completa. Mas houve diminuição da [extensão] das feridas ao longo do tempo", disse Lino Ferreira.

A investigação permitiu concluir que a metodologia utilizada "potenciou o efeito terapêutico", adiantando que a combinação dos dois tipos de células "melhorou a cicatrização das feridas", em comparação com feridas tratadas com gel contendo apenas células estaminais.

Segundo um documento anexo à investigação hoje divulgada, que cita dados do Ministério da Saúde, nos seres humanos, o pé diabético "é um dos exemplos mais significativos de ferida diabética", sendo responsável "por cerca de 70 por cento de todas as amputações efectuadas por causas não traumáticas".

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