Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu uma metodologia que combina células estaminais do sangue do cordão umbilical e células dos vasos sanguíneos.
"É uma descoberta relevante, pode permitir uma solução terapêutica para um problema que tem grande expressão na sociedade actual", disse hoje à agência Lusa Lino Ferreira, coordenador da equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC/Biocant).
Os investigadores descobriram que a utilização de um gel com células estaminais do sangue do cordão umbilical, combinadas com células existentes nos vasos sanguíneos (endoteliais), melhora a cicatrização de feridas crónicas em animais diabéticos.
De acordo com o estudo, publicado na segunda-feira na revista científica internacional PLoS ONE, nas experiências laboratoriais foram utilizados seis ratinhos, os quais apresentavam, cada um, duas pequenas feridas de seis milímetros de diâmetro. O tratamento das feridas, através da aplicação do gel, decorreu ao longo de dez dias, período de tempo em que os animais foram mantidos em espaços individuais, com comida e água e temperatura e humidade controlada. "Não chegou a haver cicatrização completa. Mas houve diminuição da [extensão] das feridas ao longo do tempo", disse Lino Ferreira.
A investigação permitiu concluir que a metodologia utilizada "potenciou o efeito terapêutico", adiantando que a combinação dos dois tipos de células "melhorou a cicatrização das feridas", em comparação com feridas tratadas com gel contendo apenas células estaminais.
Segundo um documento anexo à investigação hoje divulgada, que cita dados do Ministério da Saúde, nos seres humanos, o pé diabético "é um dos exemplos mais significativos de ferida diabética", sendo responsável "por cerca de 70 por cento de todas as amputações efectuadas por causas não traumáticas".
Retirada daqui