terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FELIZMENTE JÁ SÓ FALTAM TRÊS DIAS...

Não estamos a eleger um homem providencial mas apenas o capitão de um barco que, quer se queira, quer não, não é ele sozinho que põe no rumo certo, pois tal tarefa cabe em princípio ao Governo...

Uff! Já só faltam três dias para acabar uma das mais entediantes campanhas políticas de que me lembro. Sinceramente, não aguentava mais os noticiários seguindo de perto os candidatos, os frente-a-frente, as entrevistas, as profundas reflexões dos politólogos.

Mas afinal estávamos aí para eleger um presidente que cumpra e faça cumprir a Constituição, ou para perdermos tempo a discutir se um dos candidatos é um emérito jogador da Bolsa e se outro candidato escreve textos literários ou publicitários?

Como tudo o que se tem passado desaguará no resultado que se sabe, posso dar-me ao luxo de referir dois candidatos que, nada tendo a ganhar, também nada têm a perder e, portanto, podem tratar de coisas sérias, em vez de se perderem em guerrilhas pessoais. Refiro-me a Defensor Moura e a José Manuel Coelho.

Confesso que o primeiro me surpreendeu pela positiva. Conhecia-o apenas como presidente de Câmara, mas mostrou mais do que isso - mostrou uma personalidade forte e bem alicerçada e adiantou propostas que, embora não seja ele a pô-las em prática, nada se perderia se fossem aproveitadas pelo novo presidente.

Quanto a José Manuel Coelho, foi igual a si mesmo: no seu melhor estilo espalhafatoso, de "fazer escândalo", o certo é que disse muitas verdades que, se calhar, os "outros" não têm a coragem de dizer.

Mas vamos a eleições, embora haja quem não saiba com exactidão o que é que está a eleger. Não um homem providencial, como parece pensar aquela mulherzinha que, abraçada ao candidato-presidente, lhe pedia que a ajudasse, pois a sua situação económica é mais do que precária, mas apenas o capitão de um barco que, quer se queira, quer não, não é ele sozinho que põe no rumo certo, pois tal tarefa cabe em princípio ao Governo...

Sérgio Andrade, aqui