sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

SUGESTÃO DE LEITURA - PORQUE O FIM DE SEMANA ESTÁ AÍ

Os bibliófilos são os verdadeiros protagonistas deste curioso ensaio da autoria do editor e tradutor (e bibliófilo inveterado, já agora...) Jacques Bonnet.
Se o leitor é um dos seres que raramente dorme em sossego porque teme que a sua biblioteca, cuja dimensão escapou já totalmente ao seu controlo, desabe sobre a sua cabeça durante o sono, Bibliotecas cheias de fantasmas é o livro indicado para si.
A tese de Bonnet, considerado um dos maiores especialistas na matéria, é simples: os livros são seres vivos concebidos à imagem da nossa complexidade interior. Por isso, o modo como arrumamos um simples livro – catalogando-o de acordo com o género, autor ou nacionalidade – diz muito sobre nós e o modo como concebemos as coisas.
O autor fornece um conjunto de dicas valiosas sobre as melhores formas de conferir alguma ordem ao caos que representa qualquer biblioteca. Surpreendentemente, não defende uma arrumação específica: “(...) A solução que defendo – o que é idiota, porque os possuidores de enormes bibliotecas já têm o seu princípio de arrumação, enquanto os outros não têm como a aplicar – é a mistura de vários tipos de ordenação, aplicando com grande latitude as regras que uma pessoa decidiu impor-se. Creio aliás que este é um princípio que se pode estender à vida em geral!”.
(Sérgio Almeida)

BIBLIOTECAS CHEIAS DE FANTASMAS
Jacques Bonnet
Quetzal
14.50 euros